Dois jornalistas britânicos de origem argelina foram hoje mortos pelas forças de segurança na província síria de Idleb (norte), numa altura em que prosseguem os bombardeamentos na cidade de Homs (centro), informaram fontes da oposição.
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Ativistas dos comités de coordenação local garantiram, em comunicado, que as duas vítimas de Idleb, Nasim Intriri e Walid Balidi, foram mortas em Darkush, na fronteira com a Turquia, depois de terem entrado na Síria para filmar um documentário sobre a revolução no país.
A partir de Idleb, um ativista sírio que se identificou como Musaab al Arabi esclareceu à agência espanhola EFE que os disparos das forças leais ao presidente sírio, Bashar al Assad, acabaram com a vida destes dois jornalistas independentes e feriram gravemente um opositor ao regime que os acompanhava.
De acordo com os comités de coordenação local, pelo menos 44 pessoas morreram hoje na Síria, 24 delas na província de Homs, um dos dois redutos da oposição mais castigados pelo regime.
Esta rede da oposição denunciou os alegados bombardeamentos lançados pelo exército sírio sobre os bairros de Bayada e Rabee Arabi e sobre as localidade de Quseir e Karnaz, todos em Homs.
Entretanto, um porta-voz de Kofi Annan, emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria - que está na Rússia, um dos aliados do regime de al-Assad -, indicou hoje que o responsável recebeu uma nova resposta de Damasco às suas propostas para pôr fim à crise no país.
«O governo sírio respondeu oficialmente ao plano em seis pontos do enviado especial para a Síria, Kofi Annan, como fora aprovado no Conselho de Segurança da ONU», declarou o porta-voz Ahmad Fawzi.
O plano que apresentou preconiza o fim de todas as formas de violência, a entrega de ajuda humanitária e a libertação das pessoas detidas arbitrariamente.
Hoje, Annan, que vai estar nos próximos dois dias na China, outro país aliado da Síria, afirmou em Moscovo que devem ser os sírios a decidir se al-Assad deve deixar o poder e recusou fixar prazos para que seja encontrada uma solução.
Annan reuniu-se no domingo com o presidente russo, Dmitri Medvedev, e com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, para avaliar em que medida a Rússia está disposta a pressionar Damasco para travar a violência.
Desde meados de março de 2011 que se sucedem na Síria as revoltas populares contra o presidente al-Assad, que o regime está tentar esmagar pela força.
Segundo dados das Nações Unidas, desde o início das revoltas morreram pelo menos oito mil pessoas na Síria, enquanto outras 200 mil buscaram refúgio noutras zonas do país e 30 mil estão refugiadas noutros países.