Uma jornalista norte-americana e outro francês foram mortos esta quarta-feira na cidade síria de Homs, por um bombardeamento das forças leais ao regime, segundo os rebeldes.
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As vítimas são Marie Colvin, uma jornalista norte-americana do jornal britânico Sunday Times, e Remi Ochlik, fotógrafo francês.
O ataque atingiu o edifício ocupado pela imprensa e onde estariam vários ativistas rebeldes.
Os dois jornalistas foram atingidos quando tentavam fugir, segundo a Reuters.
A notícia chegou via Skype por um dos militantes que estava no centro de imprensa na altura dos bombardeamentos.
Entretanto, o Governo francês revelou publicamente que um jornalista francês foi abatido em Homs.
Entretanto, Sami Ibrahim, do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, contou à TSF que os dois jornalistas estavam a gravar o que se estava a passar.
«Um terceiro jornalista está ferido em estado critico e havia ainda um fotógrafo com eles, que também ficou ferido, sendo que até ao momento o corpo está debaixo dos destroços e ninguém consegue chegar junto dele por causa dos bombardeamentos pesados que não param», disse, falando numa situação «desastrosa».
«Não conseguimos chegar perto deles ou ajudá-los nem junto dos outros civis feridos», lamentou.
Sami Ibrahim acusou as forças do regime de atirarem aleatoriamente, sem distinguir «entre jornalistas, crianças e mulheres». «Querem matar» e atacam «tudo o que se mexe», sublinhou.
Marie Colvin, de 55 anos, era uma repórter de guerra, tendo recebido vários prémios de imprensa. Ficou gravemente ferida no Sri Lanka, onde foi alvo de uma tentativa de assassinato por parte das forças do governo. Perdeu parcialmente a vista, passando a usar uma pala negra sobre um dos olhos.
A visão de um país mergulhado no medo é o testemunho que Marie Colvin deixa como último texto, escrito desde a Síria. O texto, publicado no domingo, tem como título «Vivemos com medo de um massacre».
Remi Ochlik, 29 anos, viveu no Haiti a primeira experiência de um país em conflito, quando fotografou as manifestações contra o então presidente do país.
Ganhou prémios de fotojornalismo, fundou a própria agência e avançou para vários palcos de guerra nos últimos anos, não deixando de estar presente nas revoluções da Tunísia e do Egito. Publicou no Le Monde, no Paris Match, na revista Time e no Wall Stree Journal.