Dois trabalhadores sírios morreram na quinta-feira quando ficaram presos numa loja incendiada por manifestantes. No centro de Beirute, milhares de pessoas estão concentradas desde a noite de quinta-feira.
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Pelo menos duas pessoas morreram no Líbano e dezenas ficaram feridas durante os protestos contra o Governo, iniciados na quinta-feira e que mantêm esta sexta-feira o país praticamente bloqueado com cortes de estradas.
A Agência Nacional de Notícias (ANN) informou esta sexta-feira que dois trabalhadores sírios morreram na quinta-feira quando ficaram presos numa loja incendiada por manifestantes.
No centro da capital, Beirute, milhares de pessoas estão concentradas desde a noite de quinta-feira, quando começaram os protestos no país, que vive uma crise económica.
No centro, norte e sul do país, estradas estão bloqueadas com pneus incendiados, segundo a ANN. "Queremos a derrota do regime" é uma das frases repetidas pelos manifestantes.
O diretor-geral da Cruz Vermelha libanesa, Georges Kettaneh, disse que 26 manifestantes foram transportados para o hospital e outros 70 foram assistidos no local dos protestos.
A polícia indicou que 60 dos seus agentes ficaram feridos nas últimas horas.
O detonador dos protestos, dos maiores em anos, foi a decisão do Governo de impor novos impostos no quadro do seu programa de austeridade, taxando por exemplo as chamadas e mensagens através da rede Whatsapp.
Apesar de ainda na quinta-feira o ministro das Telecomunicações, Mahmud Choucair, ter afirmado que a decisão foi anulada, a contestação continua.
O Líbano é um dos países com um maior peso da dívida que representa mais de 150% do produto interno bruto (PIB).
Numa conferência internacional em abril de 2018, o país comprometeu-se a desenvolver reformas como contrapartida de empréstimos e doações no valor total 10,4 mil milhões de euros.