Atingidos por uma granada de gás lacrimogéneo, duas pessoas morreram em protestos no Iraque. Manifestações iniciaram-se este mês.
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Dois manifestantes foram mortos esta sexta-feira em Bagdad, onde os protestos recomeçaram após três semanas de interrupção nas manifestações que no início do mês fizeram 150 mortos, anunciou a comissão governamental dos direitos humanos.
"Segundo os relatórios preliminares, os manifestantes foram atingidos por uma granada de gás lacrimogéneo", afirmou Ali al-Bayati, um dos membros da comissão governamental dos direitos humanos, à agência France-Presse.
Al-Bayati acrescentou que a polícia disparou tiros com balas reais e usou gás lacrimogéneo para dispersar milhares de manifestantes dos portões da Zona Verde e cerca de 100 pessoas, tanto manifestantes como membros das forças de segurança, ficaram feridas.
Mais de 30 pessoas com problemas respiratórios foram levadas para o hospital, de acordo com as autoridades.
Tal como nos protestos que começaram a 01 de outubro, os manifestantes, a maioria homens jovens desempregados, começaram a sua marcha na praça central de Tahrir, entoando cânticos antigovernamentais, com bandeiras e faixas na mão, exigindo emprego, água e eletricidade.
O primeiro-ministro, Adel Abdul-Mahdi, tem tido dificuldades em lidar com as manifestações.
Num discurso hoje de manhã, Abdul-Mahdi prometeu uma restruturação do Governo na próxima semana e comprometeu-se a fazer reformas.
O primeiro-ministro afirmou que os manifestantes têm direito a fazer protestos pacíficos e apelou às forças de segurança que protegessem os manifestantes.
As manifestações do início de outubro combatiam a corrupção, o desemprego e a falta de serviços básicos, mas rapidamente se transformaram num confronto violento no qual as forças de segurança usaram balas verdadeiras contra os manifestantes durante dias.
Os protestos espalharam-se, principalmente em províncias do sul onde residem xiitas, e levaram as autoridades a impor o recolher obrigatório e o encerramento da Internet durante vários dias numa tentativa de diminuir a agitação social.
Após uma semana de violência na capital e em províncias do sul, 149 pessoas morreram nos confrontos, entre os quais oito membros da polícia e do Exército, e mais de três mil ficaram feridas.