Os resultados preliminares do referendo na Islândia mostram que dois terços dos eleitores disseram "sim" a uma nova constituição. Os dados provisórios divulgados esta tarde pela televisão pública islandesa dizem respeito a metade dos círculos eleitorais.
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Depois da crise financeira de 2008, a Islândia procura transformar-se numa democracia cada vez mais participada.
No entanto, o referendo de ontem [sábado] na Islândia contou com a participação de 49 por cento dos eleitores, uma votação bastante mais baixa do que na consulta anterior. No ano passado, quase 73 por cento dos islandeses votou num referendo para decidir quem deveria pagar a dívida à Holanda e ao Reino Unido.
Apesar de não ser vinculativo, os defensores da mudança esperam que os políticos não ignorem este referendo e que o parlamento reveja a constituição que já vem desde 1944, quando a Islândia se tornou independente da Dinamarca.
Até porque uma das perguntas é precisamente: a nova constituição deve ou não basear-se no projeto que foi apresentado?
Para além da constituição e de um novo sistema mais democrático a questão dos recursos naturais continua a ser uma das mais sensíveis para os islandeses.
Na pesca, por exemplo, atribuída por quotas, os islandeses consideram que ela beneficia um grupo restrito enquanto os defensores dizem existir uma boa gestão.
Os resultados provisórios mostram que uma esmagadora maioria islandesa considera os recursos naturais como património da Islândia, não querendo portanto que fiquem nas mãos dos privados.
O projeto de Constituição inclui por exemplo a hipótese de dez por cento dos eleitores poderem elaborar uma proposta de referendo e também define um limite para os mandatos presidenciais, que atualmente são ilimitados.
Este projeto tal como as perguntas do referendo foram elaborados por uma comissão de 25 islandeses que foram escolhidos entre os 230 mil cidadãos da ilha de forma a que representassem todas as principais profissões, classes etárias, género, etc.
Os membros desta comissão usaram todos os novos métodos possíveis de consulta na Internet. Do Facebook ao Twiter, foram lidos todos os 3600 comentários e chegou-se a um número de 370 propostas. Separado o joio, o trigo são as seis perguntas do referendo.