Durão Barroso alerta: incumprimento grego pode levar países a «desistir da Grécia»
O ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso advertiu hoje a Grécia de que um incumprimento dos compromissos de reajustamento assumidos com a União Europeia pode levar a que alguns países da zona euro «desistam da Grécia».
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José Manuel Durão Barroso, que falava aos jornalistas à margem do seminário diplomático, em Lisboa, disse concordar com a afirmação feita na segunda-feira por uma porta-voz comunitária de que «a adesão ao euro é irrevogável», mas acrescentou que «é importante que a Grécia não esqueça» que «o euro impõe certas regras e se as regras não forem cumpridas haverá consequências».
O ex-presidente da Comissão disse por outro lado desejar que Atenas não saia do euro e que está confiante de que isso não vai acontecer, sublinhando que «a melhor maneira de o evitar é a Grécia cumprir os seus compromissos».
Segundo Barroso, «a situação na zona euro é muito melhor que há alguns anos atrás», quando «havia gente, instituições e governos, que defendia que a Grécia devia sair do euro» e a Comissão Europeia «foi muito firme defendendo a integridade da zona euro».
Mas, acrescentou, «hoje em dia, como já não há os riscos em termos dos mercados que havia (...), como já há muito mais mecanismos de defesa de outros países, há sem dúvida um risco acrescido perante uma situação de não-cumprimento por parte da Grécia, de que os outros países desistam, por assim dizer, da Grécia», disse.
«Mas atenção, a minha primeira palavra é de solidariedade com a Grécia, acho que não devemos desistir da Grécia, mas também espero que a Grécia não coloque uma situação que seria inaceitável do ponto de vista dos outros estados membros», disse.
A Grécia realiza eleições legislativas antecipadas a 25 de janeiro, com o partido de esquerda anti austeridade e anti 'troika' Syriza bem colocado nas sondagens.
O ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso afirmou hoje que não está nem vai estar na política interna portuguesa, quando questionado sobre uma eventual candidatura às presidenciais de janeiro de 2016.
«Não estou nem vou estar na política interna portuguesa e não vou fazer comentários», disse José Manuel Durão Barroso aos jornalistas à margem do seminário diplomático, em Lisboa.