É a "Caravana Madre". Mais de 20 mil migrantes estão a caminho dos Estados Unidos
O Governo mexicano alerta que 20 mil migrantes estão a agrupar-se nas Honduras na chamada "Caravana Madre", a mãe de todas as caravanas. Grupos de tráfico de pessoas e de exploração infantil são os responsáveis por esta convocatória massiva, garantem as autoridades norte-americanas e mexicanas.
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O êxodo de centro-americanos para os Estados Unidos está a ganhar proporções inéditas e a provável chegada de 20 mil migrantes ilegais ao México pôs o país em alerta.
Em declarações aos jornalistas, a secretária de Governação do México garantiu que não vai militarizar a fronteira sul. Mas avisou que vêm aí mudanças radicais na política migratória mexicana.
Visivelmente irritada, Olga Sánchez acusou El Salvador, Guatemala e Honduras de, literalmente, ficar de braços cruzados a ver a caravana passar. "Não são só os Estados Unidos, não é só o México, o Triângulo Norte centro-americano deve fazer a sua parte. Não vamos continuar a dar vistos humanitários massivos. Vamos dar vistos temporais de visitante e de trabalho."
As autoridades hondurenhas não demoraram a reagir. Numa entrevista a um jornal local, a vice-chanceler deste país centro-americano, Nelly Jeréz, disse que "não há nenhuma indicação" sobre uma mega caravana.
Num dia de vaivém de acusações, um tweet duro de Donald Trump lançava outra acha para a fogueira. A mensagem era clara: o México "fala muito" e faz pouco. E os países centro-americanos recebem dinheiro dos Estados Unidos mas "não fazem nada" para evitar a emigração ilegal.
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As autoridades norte-americanas e mexicanas garantem que os grupos de tráfico de pessoas e de exploração infantil são os responsáveis por esta convocatória massiva.
A notícia dos 20 mil migrantes da "Caravana Madre" aumentou a tensão na região. Esta semana, a Patrulha Fronteiriça norte-americana alertou que a sua capacidade operativa na fronteira com o México está a colapsar. Só em fevereiro último, mais de 76 mil migrantes centro-americanos entraram ilegalmente nos Estados Unidos. O número mais alto dos últimos 12 anos.