Convidados para comentar a vitória de Jair Bolsonaro nas eleições Brasil na emissão especial da TSF, a bloquista Joana Mortágua e o social-democrata Paulo Rangel estão de acordo: é bom que o novo Presidente não cumpra o que prometeu.
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Joana Mortágua teme que a vitória de Bolsonaro nas presidenciais brasileiras represente "uma legitimação das ideias que foram proferidas durante a campanha".
Ideias de violência contra os opositores políticos - Bolsonaro afirmou, por exemplo, que "gostaria de fuzilar os militantes do PT"- mas encontra as minorias, "todos bodes expiatórios encontrados para os males da sociedade brasileira".
E também "propostas de armamento popular, de impunidade para a polícia que matar em operações mesmo que esteja a matar civis, declarações racistas, xenófobas, homofóbicas e contra as mulheres foram legitimadas", lamenta a bloquista.
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"Sabemos que as coisas não vão correr pelo melhor", à semelhança do que tem acontecido noutras eleições de líderes de extrema-direita ou populistas, concorda Paulo Rangel.
"Bolsonaro está para mim ao lado daquele que é o pior de todos - Rodrigo Duterte", presidente das Filipinas.
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"Muitos deles têm posto em prática os programas que muito de nós julgaríamos inexequíveis ou impossíveis de levar à prática por serem muito negativos."
Nos estúdios da Band News, rádio carioca que emprestou os seus microfones à TSF durante a emissão especial desta noite, Guilherme Carvalhido, especialista em ciência social e política da Universidade Veiga de Almeida, disse acreditar que a partir de agora Bolsonaro vai moderar o discurso.
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Nos estúdios de Lisboa, a jornalista e mestre em comunicação Maria Alice Campos sublinhou que a internet "desinformou" a população.
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Do outro lado da barricada, Janaína Paschoal, deputada eleita pelo PSL de Bolsonaro, considera que esta foi a eleição mais democrática da história do país, sublinhando que Bolsonaro não usou dinheiro público na campanha, "praticamente sem doações privadas" e quase sempre através da internet.
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