Tal como Ulisses, também os gregos encontraram o caminho de regresso a casa. Alexis Tsipras escolheu a ilha de Ítaca para o assinalar.
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Alexis Tsipras escolheu simbolicamente a ilha de Ítaca para o seu primeiro discurso após a saída da Grécia do seu terceiro programa de assistência financeira, esta segunda-feira.
A ilha marca o fim da viagem de dez anos de Ulisses, na obra de Homero, e agora também o fim de uma "Odisseia moderna muito difícil para o provo grego".
A Grécia concretizou esta segunda-feira a saída do seu terceiro programa de assistência após oito anos de resgate e nove anos de crise.
"Um novo dia está a amanhecer no nosso país, um dia histórico", destacou o primeiro-ministro grego. "Os resgates da recessão, austeridade e desertificação social terminaram finalmente (...) O nosso país recupera o direito a decidir o seu próprio futuro."
"Este é um dia de libertação", mas o passado não pode ser esquecido, admite. "Não vamos cometer a afronta de ignorar as lições do resgate na Grécia. Não vamos deixar que o esquecimento nos desencaminhe".
"Há três anos e meio o povo tomou uma decisão histórica. Tirar o leme àqueles que se dirigiam às rochas e dá-lo a novos capitães", disse ainda, referindo-se à vitória do Syriza nas últimas eleições legislativas, num discurso de analogias, repleto de Simplégades, sereias e ciclopes.
O terceiro e derradeiro programa de assistência (num montante máximo de 86 mil milhões de euros) chega agora ao fim, com uma "saída limpa", mas a Grécia continuará a ser alvo de uma vigilância reforçada.