Equipa portuguesa na Guiné-Bissau instalou um laboratório móvel para ajudar a detetar a doença. Sem casos suspeitos de ébola, técnicos de Lisboa dão formação e já apoiaram diagnósticos de sarampo e meningite.
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O número de casos nos países vizinhos está a diminuir, mas ainda é muito cedo para dizer que o Mundo venceu o ébola. A opinião é da responsável pela unidade de resposta a emergências do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) que instalou, há mês e meio, um laboratório móvel e uma equipa de técnicos na Guiné-Bissau para ajudar a detetar a doença.
Sofia Núncio explica que há menos casos, mas "é um erro considerar que o surto está completamente controlado" até porque na Serra Leoa, por exemplo, ainda existem mais de 30 casos por semana, enquanto na Guiné-Conacri os casos que surgem "estão a dispersar-se pelo país". Ou seja, "os países africanos ainda estão muito fragilizados e, se acharmos que podemos retirar toda a ajuda, o surto pode voltar a crescer".
Estes são as razões que levam a especialista a justificar as preocupações relativamente à Guiné-Bissau, um país em risco mas onde ainda não foi encontrado qualquer doente com ébola. Sem casos suspeitos, os técnicos portugueses em Bissau, onde vão estar em permanência até setembro (de forma rotativa), têm apostado na formação dos técnicos locais.
A nossa preocupação, explica Sofia Núncio, "é garantir que, quando viermos embora, eles ficam preparados para este tipo de emergências". Ao todo, no final da missão, mais de uma centena de técnicos terão recebido alguma formação pelos especialistas do INSA.
Num país com muito poucos recursos de saúde toda a ajuda é bem-vinda e, sem casos suspeitos de ébola, os técnicos portugueses já ajudaram a detetar e controlar um surto de sarampo e outro de meningite.