Ébola e conflitos internos atrasaram eleições. Dois anos depois, Congo vai a votos
As eleições deveriam ter ocorrido há dois anos, mas foram adiadas por causa de conflitos internos e da epidemia do ébola que se alastrou a várias regiões do país.
Corpo do artigo
Perto de 40 milhões de eleitores são hoje chamados às urnas para escolher o novo presidente do Congo que irá suceder a Joseph Kabila, no poder desde 2001.
As eleições deveriam ter ocorrido há dois anos, mas foram adiadas por causa de conflitos internos e da epidemia do ébola que se alastrou a várias regiões do país.
A campanha ficou marcada pela violência e uma Organização Não Governamental congolesa refere que pelo menos dez pessoas morreram.
Para já não há notícias de quaisquer incidentes, mas as urnas já abriram, ainda que em alguns locais do país se tenham registado atrasos.
O atual presidente do Congo já votou e, depois de depositar o boletim, pediu aos eleitores que enfrentem a chuva e saiam de casa para votar nas eleições que podem levar à primeira transferência democrática de poder no país.
Quem também já votou foi Emmanuel Ramazani Shadary. O antigo ministro do interior é o candidato apoiado pela coligação no poder e uma espécie de delfim do atual presidente, que foi impedido pela Constituição de concorrer a um terceiro mandato. Em declarações à imprensa, Shadary pediu paz e calma e garantiu estar confiante na vitória.
Ramazani Shadary enfrenta uma longa lista de adversários. Há 21 candidatos, incluindo uma mulher, mas há três deles que se destacam na corrida presidencial.
Além de Emmanuel Ramazani Shadary, outro candidato que sobressai é Félix Tshisekedi líder do maior partido da oposição: a União para a Democracia e o Progresso Social. É filho do histórico líder da oposição Étienne Tshisekedi, que morreu no ano passado, em Bruxelas.
Já o terceiro candidato a destacar-se é Martin Fayulu. O antigo dirigente de uma petrolífera multinacional é membro do partido Compromisso pela Cidadania e Desenvolvimento e um assumido opositor das políticas do atual presidente.
No topo das prioridades de todos os candidatos está a pacificação do país, bem como a transparência na exploração de recursos minerais e matérias-primas, temas que têm estado em debate depois de durante este ano o Governo ter admitido a intenção de abrir a exploração petrolífera em zona protegidas pela UNESCO.
As autoridades temem que os episódios de violência vividos durante a campanha se repitam este domingo e nos dias seguintes às eleições. Há receio também de fraude nas mesas de voto. Os resultados podem ficar comprometidos devido a acusações de irregularidades semelhantes às que mancharam a eleição presidencial de 2011.