A Guiné-Bissau anunciou hoje um Programa de Emergência Sanitária que inclui o encerramento das fronteiras com a Guiné-Conacri. Também o governo moçambicano ativou um plano de contingência contra a epidemia de ébola.
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«Os ministérios da Defesa e do Interior têm instruções para tomar as medidas necessárias para efetivar o encerramento de fronteiras», anunciou o primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, em conferência de imprensa.
A medida terá também em atenção as zonas de passagem não oficial entre os dois países e está previsto um reforço das patrulhas marítimas e do controlo de passageiros no aeroporto. As companhias que voavam entre Bissau e os países afetados suspenderam as rotas, mas haverá atenção redobrada com quem chega de forma indireta.
O Programa de Emergência Sanitária inclui a suspensão de atividades que impliquem ajuntamentos. «Os ministérios da Saúde e Administração Interna irão decretar a suspensão de quaisquer atividades que impliquem aglomerados» tais como os "lumos", mercados nas povoações fronteiriças, referiu Simões Pereira.
Está também prevista a instalação de hospitais de campanha que serão espaços de referência para acolher eventuais casos suspeitos e um destacamento de equipas para a fronteira e outros locais afastados dos centros de referência, com recurso a tendas.
Também esta terça-feira, o governo moçambicano ativou um plano de contingência contra a epidemia de ébola que prevê o reforço da vigilância nas fronteiras do país e a preparação dos profissionais de saúde para eventuais casos.
Segundo informação pública divulgada pelo Ministério da Saúde, o Governo criou uma equipa multidisciplinar, liderada pela Direção Nacional de Saúde Pública, e que inclui instituições ligadas à saúde militar, aeroportos, serviços de migração, Hospital Central de Maputo, Instituto Nacional de Saúde e ainda Organização Mundial de Saúde, Unicef e Médicos Sem Fronteiras.
As autoridades moçambicanas estão a reforçar a vigilância nas fronteiras aéreas, terrestres e marítimas. À chegada a Moçambique, cada viajante é questionado sobre o país de procedência e escalas realizadas e presença de sintomas que podem estar relacionados com a doença.
Também nos portos está previsto que todos os marinheiros de barcos internacionais sejam controlados à chegada pelas autoridades moçambicanas.
Entre as medidas de prevenção contam-se ainda o aprovisionamento de equipamentos, materiais e medicamentos de suporte, treino do pessoal de saúde (clínico e de saúde pública) e do pessoal de laboratório, para a colheita e transporte de amostras, e informação ao público sobre as formas de transmissão e prevenção de ébola.