O juiz federal Sérgio Moro determinou a prisão do antigo presidente da Câmara dos Deputados, por tempo indeterminado. TSF sabe que um dos motivos da detenção é "risco de fuga".
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O antigo deputado é um dos principais responsáveis pelo avanço do impeachment contra a ex-Presidente Dilma Roussef e está acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e fuga com divisas. O negócio que levou à sua detenção está ligado à compra de um campo petrolífero no Benin, em África.
O campo terá sido adquirido a um cidadão português, Idalécio Oliveira, também citado nos Panamá Papers.
Eduardo Cunha foi preso em Brasília esta quarta-feira, de acordo com a GloboNews, tendo a sua casa no Rio de Janeiro sido alvo de buscas e apreensões. Uma informação confirmada pela TSF, que teve acesso ao mandato de detenção.
A detenção e as buscas foram autorizadas pelo juiz federal Sérgio Moro, que passou a tratar do caso depois de Eduardo Cunha ter visto o seu mandato parlamentar ter sido anulado.
Fonte oficial do Ministério Público Federal adiantou à TSF que os procuradores acreditam que a liberdade de Cunha representava "risco à instrução do processo e à ordem pública", considerando também que existia "a possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior", isto para além de Eduardo Cunha ter dupla nacionalidade, brasileira e italiana.
Sem mandato parlamentar, Cunha deixou de ter "foro privilegiado", um direito previsto na Constituição do Brasil que determina que pessoas com esta prerrogativa só podem ser julgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O processo contra Cunha, que trata a existência de contas na Suíça em seu nome, foi retomado por Sérgio Moro na semana passada e agora todas as ações penais deverão decorrer na justiça com normalidade.
Eduardo Cunha deverá chegar a Curitiba ainda esta quinta-feira.
Cláudia Cruz, a mulher de Eduardo Cunha, responde por lavagem de dinheiro e evasão fiscal na Justiça do Paraná.