O ex-presidente do Egito Mohamed Morsi, destituído em julho, voltou a comparecer hoje perante o tribunal, para responder num processo referente à morte de manifestantes na onda de violência em dezembro de 2012.
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Perante um coletivo formado por quatro juízes, Morsi recusou reconhecer a competência do tribunal para o julgar e a legitimidade das novas autoridades instaladas pelo exército, que considerou de "terroristas", acusando-as de terem reprimido os seus apoiantes, sobretudo da Irmandade Muçulmana.
Este processo está relacionado com a morte de sete manifestantes, pelo menos, em frente ao palácio presidencial, na altura em que Morsi estava no poder.
O julgamento, que prossegue na terça-feira, tem 15 arguidos, incluindo Morsi, estando sete deles em fuga.
Morsi foi trazido da prisão em Alexandria, a norte, para o tribunal instalado numa academia de polícia no Cairo, onde o ex-presidente apareceu com vários líderes da Irmandade Muçulmana e ex-funcionários de seu Governo, todos colocados numa divisória com parede de vidro.
O tribunal exibiu vídeos «mostrando apoiantes do acusado» e os outros sete arguidos viraram ostensivamente as costas para o coletivo de juízes, segundo a France Presse.
Para este sábado estavam programadas manifestações, mas, diz a France Presse, nenhum desfile foi organizado ao início da tarde.
Morsi foi o primeiro presidente eleito em eleições livres no Egito, depois do derrube do regime de Mubarak.
Nos últimos sete meses, a repressão da polícia e do exército provocou pelo menos 1.400 mortos e milhares de prisões, segundo a Amnistia Internacional.