O primeiro-ministro egípcio afirmou que as autoridades não vão deixar de punir atividades ilícitas de organizações estrangeiras por causa de ameaças de países ocidentais de cortarem a ajuda financeira ao país.
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Alguns países ocidentais «viraram-se contra» o Egito, mas as autoridades «não vão recuar ou avançar de forma diferente por causa desta ou daquela ajuda», disse Kamal el-Ganzuri.
As autoridades egípcias fizeram no final do ano passado uma série de buscas a organizações não-governamentais estrangeiras e, hoje, acusaram formalmente 19 norte-americanos e 24 outros estrangeiros de uso ilícito de fundos para fomentar a instabilidade no país.
O caso abalou a relação do Egito com os Estados Unidos e, na terça-feira, um grupo de congressistas ameaçou suspender a ajuda norte-americana ao país, que se eleva a 1,3 mil milhões de dólares (980 mil milhões de euros) e é um dos mais elevados pacotes de ajuda oferecidos a um só país.
«O risco de uma quebra desastrosa dos laços (entre os dois países) raramente foi maior (...) O apoio (do Congresso) ao Egito - incluindo a assistência financeira - está em risco», afirmaram num comunicado conjunto os senadores John McCain e Kelly Ayotte (republicanos) e Joe Lieberman (democrata).
O principal responsável militar dos Estados Unidos, o general Martin Dempsey, vai esta semana ao Cairo, sendo previsível que pressione as autoridades a retirarem as acusações formuladas contra os funcionários das ONG norte-americanas.
Segundo o porta-voz do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Dave Laplan, a visita do general Dempsey estava «planeada há muito» e inclui reuniões com o homólogo egípcio, general Sami Enan, e o presidente da Junta Militar no poder desde o afastamento de Hosni Mubarak, Hussein Tantaui.
[Texto escrito conforme o novo Acordo Ortográfico]