Um novo ataque de militantes islamitas com viaturas armadilhadas contra o exército egípcio na instável península do Sinai provocou hoje a morte de seis soldados, quando prossegue uma operação militar na região contra grupos radicais.
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«Elementos islamitas terroristas efetuaram esta manhã um cobarde ataque com duas viaturas repletas de importantes quantidades de explosivos, que custou a vida a seis soldados e feriu 17 pessoas», incluindo sete civis, referiu em comunicado um porta-voz militar.
Os responsáveis egípcios referiram-se a uma potente explosão no quartel-general dos serviços de informações do exército em Rafah, uma cidade que faz fronteira com a Faixa de Gaza, seguida pouco depois por um ataque contra um posto militar de controlo rodoviário, nas proximidades.
De acordo com testemunhos citados pela agência noticiosa AFP, a potente explosão quebrou os vidros dos edifícios na zona de Imam Ali, em Rafah. O quartel-general dos serviços de informações militares está situado numa zona com forte segurança e rodeada por postos de controlo rodoviário.
A passagem fronteiriça de Rafah com a Faixa de Gaza foi encerrada, enquanto forças militares desencadearam uma operação de busca de suspeitos.
Os ataques de grupos islamitas no Sinai (leste do Egito) multiplicaram-se após a destituição pelo exército do presidente islamita Mohamed Morsi em 3 de julho, e a sangrenta repressão das manifestações, sobretudo organizadas pela Irmandade Muçulmana, que exigiam o seu regresso ao poder.
O exército respondeu há mais de uma semana, ao desencadear uma ampla ofensiva contra os grupos jihadistas, definidos como "terroristas".
Os grupos radicais islamitas, alguns reivindicando ligações à Al-Qaida, estabeleceram bases recuadas nesta região maioritariamente habitada por beduínos, que tradicionalmente mantêm uma relação conflituosa com o poder central.
A região é também o centro do contrabando ao longo da fronteira israelita e de Gaza, o enclave palestiniano controlado pelo Hamas e submetido a um bloqueio pelo Estado judaico.
Na sequência da sua ofensiva, o exército egípcio reforçou a segurança nesta fronteira e destruiu diversas habitações que serviram de apoio ao contrabando através de túneis para o enclave palestiniano, com a conivência do Hamas, um grupo radical palestiniano acusado pelas novas autoridade do Cairo de apoiar a Irmandade Muçulmana.
As operações militares redobraram após uma série de ações violentas contra as forças da ordem, em particular no Sinai, onde em 19 de agosto 29 polícias foram mortos no ataque mais mortífero dos últimos anos.
Em dois meses, os militares reivindicam a morte no Sinai de cerca de 100 rebeldes, e reconhecem a morte de 58 polícias, 23 soldados e 17 civis.