Joaquim Guzman, o narcotraficante de 61 anos, arrisca prisão perpétua. O julgamento obriga a fortes medidas de segurança.
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Duas vezes por dia, às horas de ponta. As autoridades federais norte-americanas decidiram, por precaução, encerrar a ponte de Brooklyn sempre que "El Chapo" tiver der ser transportado do estabelecimento prisional onde se encontra, na zona de Manhattan, para o tribunal de Brooklyn onde a partir de hoje começa a ser julgado. O mesmo na viagem de regresso.
À medida apertada de segurança não será alheio o facto de Joaquim Guzman já ter escapado às autoridades por duas vezes e de arriscar, neste julgamento, nada menos que prisão perpétua.
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É suspeito de tráfico de droga, lavagem de dinheiro e de ter ordenado a morte de pelo menos 33 pessoas. Da acusação constam 300 mil páginas e perto de 117 mil registos áudio. Conta o New York Times que há 16 testemunhas que decidiram colaborar com o Ministério Público, a maioria subalternos e rivais. Por exemplo, dois dos seus colaboradores mais diretos: Ismael Zamabada García, que se suspeita terá sido o homem que contribuiu para a detenção de "El Chapo"; e López Nuñez, conhecido com "El licenciado", por causa da formação em direito.
O julgamento terá um tribunal de júri e, mais uma vez, por uma questão de segurança, foi mantido o anonimato dos jurados.
Joaquim Guzman é apontado como o maior traficante de droga a seguir a Pablo Escobar, responsável por 90% da cocaína e heroína que chegava aos Estados Unidos e Europa.
O "baixinho" fica também conhecido pelas duas fugas de estabelecimentos prisionais, a última em 2015 através de um túnel com um quilómetro e meio.
Foi detido em 2016 pelas autoridades mexicanas e extraditado o ano passado para os Estados Unidos.