Na véspera de Luis Bárcenas ser ouvido em tribunal sobre o financiamento ilegal ao PP, o "El Mundo" revela SMS trocados entre Mariano Rajoy e Bárcenas entre 2011 e março deste ano.
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O diário espanhol publicou hoje vários SMS que alegadamente indiciam que Mariano Rajoy manteve um contacto direto de pelo menos dois anos com o antigo tesoureiro do Partido Popular, pedindo-lhe silêncio relativamente à contabilidade paralela no partido.
De acordo com o jornal, os SMS foram divulgados pelo próprio antigo tesoureiro, Luís Bárcenas - preso na cadeia madrilena de Soto do Real desde 27 de junho no âmbito do mega processo de corrupção - depois do seu partido se ter referido a ele na quinta-feira como um «delinquente que fez da mentira um estilo de vida».
O El Mundo diz que o primeiro-ministro, Mariano Rajoy, manteve um contacto direto e permanente (pelo menos entre maio de 2011 e março de 2013) com Bárcenas, com dezenas de mensagens e chamadas telefónicas, durante as quais lhe pedia paciência e que negasse a contabilidade paralela.
Entre as mensagens publicadas pelo jornal estão também algumas trocadas com Rosária Iglesias, mulher do ex-tesoureiro.
Em 2013, por exemplo, no dia em que o El Mundo publicou o esquema de pagamentos ilegais e depois de serem conhecidas as contas suíças, o primeiro-ministro terá escrito a Bárcenas incentivando-o a «ser forte» , expressando-lhe a sua compreensão.
Luís Bárcenas, refere o El Mundo, guardou silêncio durante anos pelo apoio que prestava pessoalmente a Mariano Rajoy, primeiro na qualidade de presidente do PP e depois enquanto chefe do Executivo espanhol.
Entretanto, e perante a «gravidade» das últimas novidades sobre o caso Bárcenas, o secretário-geral do maior partido da oposição (PSOE), Alfredo Pérez Rubalcaba, convocou uma reunião urgente da direção do partido para esta manhã.
Fontes do Executivo, contactadas pela agência EFE consideram, no entanto, que a divulgação das mensagens de SMS entre Rajoy e Bárcenas fazem parte de uma estratégia do ex-tesoureiro do PP para desviar a atenção dos seus problemas com a Justiça e demonstram que não conseguiu nada do que pedia ao presidente do Executivo.