O partido de Mariano Rajoy deverá aceitar as condições do Cidadãos para acabar com a crise política em Espanha.
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A comissão executiva do Partido Popular espanhol deverá aceitar esta quarta-feira as condições do partido Cidadãos para negociar a investidura de Mariano Rajoy na chefia do governo e encerrar o atual impasse político.
Rajoy vai presidir, na sede do PP, à reunião da comissão executiva nacional dos populares para analisar as seis condições avançadas pelo partido de Albert Rivera para aceitar negociar.
Os analistas não esperam quaisquer surpresas na posição partidária, que dirá 'sim' ao início das negociações com o Cidadãos, embora tenham admitido que algumas das condições impostas por Rivera impliquem o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) por exigirem uma reforma constitucional.
As mesmas fontes concordaram que para os populares todas as seis condições impostas por Albert Rivera - relacionadas com a luta contra a corrupção e renovação democrática -, bem como a sétima, um compromisso para uma data de investidura do primeiro-ministro, são admissíveis.
Uma dessas condições refere-se à criação de uma comissão para investigar o alegado financiamento ilegal do PP. Esta comissão pode ser constituída se todos os partidos, à exceção dos populares, votarem a favor.
Ao mesmo tempo, o PP está a intensificar a pressão sobre o PSOE, liderado por Pedro Sánchez para que se abstenha, advertindo que se não o fizer será responsável pela realização de novas eleições.
O vice-secretário de Organização do PP, Fernando Martínez-Maillo, insistiu que o PSOE "é necessário para que haja uma investidura que sirva para eleger um presidente" do governo, voltando a apelar para a responsabilidade do partido de Sánchez para que não haja um terceiro escrutínio.
Na terça-feira, em declarações em Alcañices (Zamora), Maillo garantiu que o PP "vai ser generoso", acreditando que após a reunião de hoje será possível começar as negociações e as mesas de trabalho com o Cidadãos.
O responsável popular lembrou que, mesmo que comecem as negociações com o partido de Rivera, é necessária também uma mudança de posição dos socialistas para que seja possível a posse de Rajoy.
Maillo acusou o PSOE de estar "mais empenhado numa investidura fracassada" de Rajoy "do que na nomeação de um governo" e apelou "à responsabilidade, reflexão e coerência" para "respeitar o resultado" das eleições de 26 de junho e permitir a investidura do líder do PP.