Eleições em Moçambique. Filipe Nyusi convida os quatro candidatos presidenciais para reunião
"Prometo que, até ao último dia do meu mandato, irei usar toda a minha energia para pacificar Moçambique, irei usar", diz o Presidente moçambicano
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O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, convidou, esta terça-feira, os quatro candidatos presidenciais para uma reunião, incluindo Venâncio Mondlane, e disse que as manifestações violentas pós-eleitorais instalam o "caos" e que "espalhar o medo pelas ruas" fragiliza o país.
"Prometo que, até ao último dia do meu mandato, irei usar toda a minha energia para pacificar Moçambique, irei usar. Mas para que eu tenha sucesso nesta missão, precisamos de todos nós e de cada um de vocês (...). Moçambicanos têm de estar juntos para resolvermos os problemas", disse Nyusi, numa mensagem à nação, de cerca de 45 minutos, sobre a "situação do país no período pós-eleitoral".
Apelando à "libertação do egoísmo" neste processo pós-eleitoral, o chefe de Estado, cujo último mandato termina em janeiro, garantiu que o Governo está "aberto" para, "juntos", encontrar "uma solução" para o atual momento, marcado por paralisações e manifestações convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições gerais de 9 de outubro, anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional.
"Precisamos inclusivamente dos diferentes candidatos a Presidente da República. Precisamos do envolvimento do Lutero Simango, do Daniel Chapo, do Venâncio Mondlane e do Ossufo Momade. Precisamos do envolvimento dos seus colaboradores e apoiantes. Quero aproveitar esta ocasião para convidar a todos eles, esses quatro que eu falei, os candidatos, para aceitar o meu apelo para reunirmos com os quatro, para, em conjunto, avaliarmos esta situação e encontrarmos uma solução que beneficie os moçambicanos", disse.
Nyusi insistiu no apelo à "calma", até "à validação dos resultados" pelo Conselho Constitucional, mas avisou que esses são a "soma das várias vontades" e não uma vontade "sozinha".
O país precisa de todos nós, o nosso povo precisa de nós. Não há problema que não possa ser resolvido pelos moçambicanos. Todos os problemas podem ser resolvidos através do entendimento mútuo e da busca de consensos
Disse ainda que é necessário "um papel pacificador" no país e não de "desordem", afirmando que o cenário atual, de manifestações, barricadas nas ruas, saques de lojas, paralisações forçadas e outros atos de violência, neste processo de contestação, que degenera em constantes confrontos com a polícia, desde 21 de outubro, representa uma "tentativa de atentado contra o Estado moçambicano".
"Contra a sua soberania e integridade territorial. Podem estar certos que durante todo este tempo nunca paramos de trabalhar para reverter esta situação (...) A calma e a tranquilidade vão-se restabelecer em todo o país, porque estamos a trabalhar para isso", apontou o Presidente da República.
