Eleições na Grécia: Alemanha, França e EUA consideram que resultado garante permanência na zona euro
Alemanha, França e Estados Unidos já reagiram aos resultados preliminares das legislativas na Grécia, que dão a vitória aos conservadores da Nova Democracia, considerando que este desfecho garantirá a permanência do país na zona euro.
Corpo do artigo
Em comunicado, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, sublinhou que, a confirmar-se a tendência dos resultados preliminares, os eleitores gregos optaram por «prosseguir com reformas económicas e fiscais profundas no país».
Por seu lado, o ministro das Finanças francês, Pierre Moscovici, apelou aos europeus para que apoiem os gregos «na direção do crescimento», reafirmando a necessidade de Atenas cumprir com os compromissos internacionais assumidos.
É preciso disciplina, mas também esperança», declarou, realçando que os Estados-membros da União Europeia «estão atentos à situação social e económica particular da Grécia».
Os Estados Unidos também já felicitaram os gregos pela votação, que, «em tempos difíceis», abre caminho a uma coligação entre partidos favoráveis à permanência do país na zona euro.
«É do nosso interesse, e de todos, que a Grécia permaneça na zona euro, respeitando os compromissos para com as reformas», declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Washington afirmou esperar que os resultados das eleições permitam «rapidamente à formação de um governo que possa fazer progressos oportunos face aos desafios económicos que o povo grego enfrenta», acrescentou.
Numa altura em que estão contabilizados cerca de metade dos votos, a direita conservadora grega parece ter garantido a possibilidade de formar um governo de coligação.
O escrutínio de hoje na Grécia, convocado depois das inconclusivas eleições de 06 de maio, foi muito disputado e seguido com particular atenção pelos círculos políticos e financeiros internacionais.
A Nova Democracia (ND), de Antonis Samaras, obteve 29,5 por cento dos votos, assegurando 128 dos 300 deputados, incluindo o "prémio" de 50 deputados concedido ao partido que garante a primeira posição.
Apesar de a estimativa oficial ser baseada em menos de 50 por cento dos votos escrutinados, Samaras já reivindicou vitória, foi felicitado pelos principais adversários políticos e numa primeira reação convidou todos os «partidos pró-europeus» a participar num «governo de união» dirigido pela ND.
Com o Pasok (centro-esquerda), que obteve 12,3 por cento de votos e 33 lugares, a ND poderá garantir a tão ambicionada maioria absoluta de 161 lugares, que lhe permitirá fazer aprovar as reformas necessárias exigidas pelos credores internacionais (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), num país em profunda crise económica.
No entanto, o líder do Pasok, Evangelos Venizelos, já apelou à formação de uma ampla coligação que também integre as formações à sua esquerda, e poderá não responder ao desafio de Samaras.
Assim, o pequeno partido pró-euro Esquerda Democrática (Dimar), que garantiu 6,2 por cento de votos e 17 deputados, assume uma inesperada função num jogo de alianças que começará a ser delineado já na segunda-feira.
À esquerda, o partido Syriza, acérrimo inimiga das políticas de austeridade, prosseguiu o forte crescimento eleitoral, ao obter 27,1 por cento (16,78 no escrutínio de maio), consolidando a posição de segundo maior partido.