Eleições presidenciais russas serão repartidas por três dias em março de 2024. Putin está na corrida
O Presidente Vladimir Putin, líder incontestado da Rússia há quase um quarto de século, já entrou oficialmente na corrida, segundo a AFP.
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A Comissão Eleitoral russa anunciou esta sexta-feira que as próximas eleições presidenciais serão repartidas por três dias, de 15 a 17 de março de 2024, uma medida recente que, segundo os críticos do Kremlin, aumenta o risco de fraude eleitoral.
O Presidente Vladimir Putin, líder incontestado da Rússia há quase um quarto de século, já entrou oficialmente na corrida, segundo a AFP.
"Vou candidatar-me ao cargo de Presidente da Federação Russa", disse Putin, citado pela agência russa TASS.
"Compreendo que atualmente não existe outra opção", afirmou, de acordo com imagens transmitidas pelo canal de televisão estatal Rossiya-24, segundo a agência francesa AFP.
Durante a cerimónia, o presidente do parlamento da República Popular de Donetsk (anexada à Ucrânia), Artem Zhoga, pai de um dos militares, questionou Putin sobre os planos para as presidenciais.
Putin respondeu que se vai candidatar a um quinto mandato no Kremlin.
Se vencer, ocupará o cargo de chefe de Estado por mais seis anos, até 2030, assinalou a agência russa TASS.
Putin, 71 anos, está no poder desde 2000.
O líder russo deverá confirmar publicamente a candidatura em 14 de dezembro, durante a conferência de imprensa anual e a Linha Direta do Cidadão, a primeira desde 2021, segundo a agência espanhola EFE.
Putin terá falado com o tenente-coronel Artyom Zhoga, um oficial militar russo, sobre a sua decisão de concorrer à eleição, após uma cerimónia de entrega de prémios ao Exército, no Kremlin, noticiaram as agências noticiosas estatais.
"Estamos muito contentes por o Presidente ter ouvido o nosso pedido para se candidatar. Toda a Rússia o apoia", disse Zhoga, citado pela agência noticiosa estatal RIA Novosti.
Vladimir Putin, no entanto, ainda não anunciou formalmente que irá entrar na votação prevista para março do próximo ano.
"O nosso Presidente nunca evitou e não evita decisões responsáveis", disse Valentina Matvienko, chefe da câmara alta do Parlamento russo.
Segundo os analistas, Putin não enfrentará grandes adversários e procurará provavelmente obter o maior mandato possível, a fim de esconder a discórdia interna sobre o conflito na Ucrânia.
Nenhum rival parece igualmente estar em posição de impedir a ascensão de Putin, uma vez que quase todos os seus principais opositores foram presos ou forçados ao exílio.
A Comissão Eleitoral "aprovou um período de votação de três dias para a eleição presidencial russa" na primeira volta, que deverá ter lugar de 15 a 17 de março, segundo um comunicado.
Os observadores e os opositores afirmam que as eleições na Rússia estão a ser marcadas por graves irregularidades e que os candidatos independentes não têm qualquer hipótese.
A votação ao longo de vários dias foi apresentada pelas autoridades como uma forma de reduzir o risco de contágio durante a pandemia de covid-19, um procedimento que entretanto foi mantido em várias eleições nacionais e regionais.
Principalmente a oposição considera que a metodologia facilita a manipulação dos boletins de voto, uma vez que estes não são imediatamente contados no dia da votação e são armazenados durante três dias.
Resultado da adoção de uma reforma constitucional controversa no auge da pandemia em 2020, Vladimir Putin, que chegou ao poder em 2000, pode permanecer no Kremlin até 2036.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou em meados de novembro que "o momento do anúncio" da candidatura de Vladimir Putin estava a aproximar-se, acreditando que este não teria nenhum rival credível.