Ato eleitoral decorreu no último domingo. Contagem dos votos está atrasada.
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A Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) adiou este sábado para "a próxima semana" a divulgação dos resultados das eleições na República Democrática do Congo (RDCongo), quando estão apurados quase 50% dos votos.
A publicação dos números do escrutínio estava prevista para domingo, mas o presidente da CENI, Corneille Nangaa, em declarações reproduzidas pela BBC, assumiu este sábado o adiamento, que tinha já sido admitido na sexta-feira.
Nangaa remeteu para a próxima semana a divulgação dos resultados, mas não indicou qual o dia programado para a publicação, porque, sublinhou, falta apurar metade dos boletins de voto de um universo de cerca de 40 milhões de eleitores, em 75.781 colégios eleitorais.
Até quinta-feira, afirmou o presidente da CENI, apenas um quinto dos votos (20%) foi escrutinado.
Se o período pré-eleitoral foi tumultuoso, com registo de alguns confrontos, nos dias seguintes às eleições, a Conferência Episcopal Nacional do Congo (Cenco) e a comunidade internacional apelaram para que a CENI apresente resultados com "verdade" e que sejam "exatos".
A CENI acusou a Cenco de estar a "incitar" ao protesto e também a maioria pró-Joseph Kabila, no poder desde 2001 e impedido de recandidatar-se constitucionalmente, de "violar a Constituição" por ter revelado ter indicações verbais recolhidas junto de locais de voto que permite apurar a identidade do novo Presidente, sucessor de Kabila.
Observadores e oposição referem que as primeiras eleições livres desde a independência da Bélgica, em 1960, registaram irregularidades.
As eleições na RDCongo, com 21 candidatos presidenciais, não se realizaram em todo o território, uma vez que a CENI decidiu adiar para 19 de março o ato eleitoral nas cidades de Beni, Butembo e Yumbi, devido à epidemia do Ébola e aos conflitos dos grupos armados.
Nesta região, atua o grupo armado Forças Democráticas Aliadas, que tem desenvolvido várias ações, o que afeta as operações de socorro às vítimas do vírus Ébola.
Inicialmente previstas para 2016, as eleições de domingo passado tinham sido adiadas duas vezes.