É a primeira vez que as pressões portuguesas nos Estados Unidos, sobre a redução da presença militar americana nas Lajes, tem algum eco ao mais alto nível do congresso.
Corpo do artigo
Pouco mais de uma semana depois de Rui Machete ter mantido contactos com a administração Obama sobre o assunto, o Senador republicano do Arizona, John McCain, pediu ao comandante militar americano na Europa que repense o assunto.
McCain é presidente da Comissão das Forças Armadas, no senado, e ontem tinha pela frente o general Breedlove. A audição já ia longa, quando McCain, puxou pelo assunto dizendo "os portugueses são grandes amigos e este assunto das Lajes, transformou-se num dos grandes assuntos para eles. Já procurou usos alternativos para a base? Instalar lá um comando militar ou um serviço de informações militares. Pode reavaliar esta situação? É um assunto tão importante para um pequeno país, que tem sido tão útil para nós no Afeganistão, no Iraque e noutros locais. Estou muito preocupado, e por isso agradecia-lhe que voltasse a olhar para este assunto. Para podermos ter um maior uso das Lajes."
O general respondeu-lhe. Breedlove prometeu "fazer isso, senador. O senhor está certo". O comandante militar americano na Europa disse ainda: "eles são um grande aliado. Estão prestes a enviar um grande destacamento para a Roménia, para uma operação de policiamento aéreo na parte ocidental da nossa aliança. Portugal é um grande aliado. Já fizemos muito trabalho para tentar cozinhar as coisas neste tema das Lajes. Até no lado civil. Os nossos gestores diplomáticos e de defesa tem estado a tratar deste assunto. Portanto, estamos em cima do assunto".
McCain responde com um "muito obrigado general". Um agradecimento e nenhuma garantia.
Mas depois mais dois senadores falaram sobre o caso. Jim Inhofe e Jack Reed, um republicano do Oklahoma e outro democrata de Rhode Island, perguntaram se era adequado transferir outras valências para os Açores e o que seria possível. O general Breedlove respondeu que os serviços de comando e de informações militares devem ficar no Reino Unido, próximos de outras instalações, e que qualquer reforço que seja feito nos Açores terá de implicar uma melhoria nas comunicações. Para o general Breedlove "há oportunidades, lá. Porque há espaço, criado pela redução na nossa presença. Teriam de ser feitas algumas mudanças, para aumentar a capacidade de comunicação".
E mais não se falou sobre o caso. Fica a promessa do comandante militar americano na Europa, feita a John McCain, de rever todo o processo. Mas sem garantias de alterar o que quer que seja.