Elisa Ferreira faz balanço positivo de mandato marcado por Covid-19 e guerra na Ucrânia
Objetivos ficam aquém na simplificação dos processos, mas a comissária defende que a política de coesão tem permitido melhorar a vida dos europeus
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A comissária para a Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, faz um balanço positivo do mandato que está quase a terminar, e onde “aconteceu quase tudo o que podia ter acontecido”.
“Houve pandemia, houve invasão da Ucrânia pela Rússia, houve aumentos do preço da energia, houve instabilidade, agora há duas guerras nas nossas fronteiras, mas mesmo assim evitou-se que os países e as regiões se desagregassem, nomeadamente durante a Covid 19 porque foi um risco muito grande”, afirmou, em declarações aos jornalistas em Bruxelas, à margem da 22ª Semana Europeia das Regiões e Municípios.
“Entretanto, vemos que os fundos estruturais estão executados (…) e não ultrapassaram os 10% dos envelopes financeiros”, acrescentou.
Elisa Ferreira destacou que “o novo período de financiamento está em velocidade de cruzeiro”, com “taxas de execução elevadas”.
“Mais de um quarto do volume financeiro está comprometido. A execução está um pouco mais atrasada, mas está a andar. Portanto, apesar de todas as vicissitudes, o resultado é bom”, sublinhou.
Elisa Ferreira defende que a política de coesão tem permitido melhorar a vida dos europeus: “Conseguimos retirar de uma situação de atraso muitos países da União Europeia. No ano 2000, 25% da população europeia vivia em países muito atrasados, e nesta altura são só 5%. A média toda da Europa subiu; a qualidade de vida dos cidadãos subiu.”
Mas a comissária para a Coesão e Reformas reconhece que os objetivos ficam aquém na simplificação dos processos.
“Eu gostaria de ter avançado mais, ou de testado mais, mas só agora, com a execução do plano 2021-2027, é que se pode testar as simplificações que foram introduzidas. Tentámos introduzir muitas simplificações, acontece que com a mesma legislação europeia, alguns países fazem imensa burocracia, e outros com a mesma legislação são muito simples”, afirmou.
Elisa Ferreira explicou que houve um esforço para “trabalhar com as administrações públicas e chamar a atenção dos estados, sobretudo ao nível das regiões e dos municípios, para a necessidade de apoiar as administrações que são confrontadas com legislação que teve de ser mudada. Elas têm muitas solicitações em simultâneo, e por vezes não têm condições para responder atempadamente”, concluiu.