De acordo com os dados fornecidos pela associação "Free the Girls", há 27 milhões de escravos sexuais no mundo. Muitas são mulheres de Moçambique, onde uma campanha de oferta de sutiãs as está a ajudar.
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Salvar as mulheres de tráfico humano. Este é o mote da associação "Free the Girls", que combate uma realidade mais viva do que nunca.
Dados disponíveis na página da associação indicam que o tráfico de mulheres é um problema registado por todo o mundo, encontrando-se mais concentrado em países considerados de terceiro mundo, e dos quais se destaca Moçambique.
Foi na primavera de 2011 que a "Free the Girls" iniciou um projeto-piloto neste país. Os resultados foram promissores, com a venda de sutiãs usados, entre os 100 e os 500 por mês.
Dave Terpstra, pastor de uma igreja cristã nos Estados Unidos, é o pioneiro do projeto. O seu primeiro objetivo foi providenciar trabalho para que as mulheres pudessem sair da escravatura e sustentarem-se a si e aos seus filhos e não voltarem a correr o risco de serem objecto de tráfico novamente.
Melissa Watson, directora norte-americana da "Free the Girls", afirmou à TSF que o grande problema é que muitas destas jovens não têm qualquer tipo de escolaridade, o que as torna perfeitas para o mercado do tráfico. Realça também que muito ainda falta ser feito para reverter esta problemática.
A solução passou por colocá-las a vender um produto que as pusesse exclusivamente em contacto com mulheres, já que foram durante tantos anos objeto de escravatura por parte dos homens - explicou a diretora.
A solução revelou-se simples: elas poderiam vender sutiãs, um objeto considerado de luxo em Moçambique.
Nos Estados Unidos e na Europa quase todas as mulheres têm sutiãs que não usam, que para elas não significam nada ou que nunca lhes assentaram bem. E são exatamente estas circunstâncias que podem ajudar uma pessoa em Moçambique.
Dave começou por criar uma página do Facebook, em Junho de 2010, onde convidava as pessoas a doar sutiãs. Assim, o que era um projeto com pequenos objetivos, acabou por ter uma adesão maior que o esperado.
Esta organização já dura há três anos e até à data conseguiu reunir mais de cento e trinta mil sutiãs oferecidos por mulheres de todo o mundo.
Melissa Watson considera que foi a facilidade da doação que conseguiu maximizar o projeto e tornar possível estes resultados.
As doações podem ser feitas diretamente em eventos organizados pela associação, nos Estados Unidos. A associação ainda está à procura de estabelecer contacto com a Europa e a Ásia, passo que permitirá a globalização das ofertas.