Um vídeo, com cerca de dois minutos, começou a circular entre organizações dos direitos humanos e nas redes sociais. Mostra uma mulher a ser assassinada por homens com uniformes militares
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As autoridades de Moçambique já anunciaram que vão investigar o que aconteceu. O ministro da Defesa disse que as imagens são horríveis e garantiu que tudo fará para averiguar se os homens que aparecem são militares.
O vídeo mostra diversos homens vestidos com uniformes militares a espancarem e abaterem a tiro uma mulher que seguia nua na berma de uma estrada.
Tudo terá acontecido na província de Cabo Delgado, palco de ações de extremistas muçulmanos do Al-Shabab. Uma província, no norte de Moçambique, onde os militares são também acusados de violação dos direitos humanos.
Os homens que aparecem no vídeo falam português e seguem atrás da mulher durante vários minutos. Depois de um a espancar começam os tiros que só param quando se ouvem diversos apelos nesse sentido.
As forças armadas emitiram, entretanto, um comunicado em que classificam as imagens de chocantes, repugnantes, abusivas e totalmente condenáveis.
As organizações de defesa dos direitos humanos estão chocadas e não calam a revolta.
Zenaida Machado, da organização Human Rights Watch, em declarações à BBC, defendeu que se este crime foi praticado pelos militares, ficou definitivamente minada a confiança da população nas autoridades.
A ativista acrescentou que as pessoas assustadas não devem fugir dos extremistas para depois se verem em perigo com aqueles que deveriam mantê-las seguras.
Nas redes sociais são muitos os moçambicanos que se confessam perplexos com o vídeo. Muitos pedem que os responsáveis sejam duramente punidos e apelam à intervenção da comunidade de desenvolvimento da África Austral.