A embaixada de Israel no Cairo, capital egípcia, foi invadida por manifestantes, que atiraram para a rua milhares de documentos retirados da representação diplomática.
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Um jornalista da agência francesa AFP presente no local relatou que muitos dos documentos que estão a ser arremessados para a rua são provenientes dos serviços diplomáticos israelitas, cujo edifício é desde a tarde de sexta-feira alvo de manifestações.
A cidade do Cairo está ao rubro desde o início da tarde, com milhares de pessoas concentradas na Praça Tahrir, no centro da cidade, enquanto se verifica também uma concentração junto à embaixada de Israel, de onde foi retirada por um manifestante a bandeira que ali estava içada, tendo sido espezinhada.
O muro recentemente construído pelas autoridades egípcias em torno do edifício da embaixada foi demolido durante a tarde por centenas de manifestantes, munidos de martelos, barras de ferro e cordas.
As relações israelo-egípcias atravessam uma fase delicada, após a morte em meados de Agosto passado de cinco polícias egípcios, no seguimento de uma perseguição de autoridades israelitas a alegados autores de ataques mortíferos no sector de Eilat, no sul de Israel, perto da fronteira com o Egipto.
As autoridades justificaram a construção do muro com a necessidade de proteger os habitantes dos andares mais baixos do prédio que tem as instalações da embaixada de Israel na sua parte superior.
O Egipto foi o primeiro país árabe a estabelecer a paz com o Estado hebraico, em 1979.
Ao longo de todo o dia, milhares de pessoas reuniram-se na Praça Tahrir, em outro local do Cairo, para uma manifestação intitulada "Sexta-feira do Retorno ao Bom Caminho".