Ebru Barutçu Gokdenizler é a representante diplomática da Turquia em Lisboa. À TSF diz que o ataque no aeroporto de Istambul foi "mais um dia triste".
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Ainda em choque com o atentado no aeroporto de Istambul, a embaixadora da Turquia em Portugal fala sobre uma realidade que, "infelizmente", diz, faz parte da rotina do país de origem.
Ebru Barutçu Gokdenizler, em declarações à TSF, refere que na Turquia "convivemos com as consequências do terrorismo quase todos os dias. Assistimos a mortes diariamente. Isto porque estamos a participar na luta contra o terrorismo em duas frentes: contra o PKK, na Turquia e contra o Daesh. O Daesh é para nós uma ameaça terrorista tal como é para o resto do mundo. Dá sermos um alvo, já que temos lutado contra o Daesh em parceria com a comunidade internacional".
Um país fustigado por vários ataques, quer em Istambul, quer em Ancara, a embaixadora não tem dúvidas da receita anti-terrorismo: "Nós precisamos de uma cooperação internacional mais forte para derrotar o fenómeno do terrorismo. Isto não afeta apenas um país. Afeta-nos a todos. Precisamos de uma cooperação internacional realmente efetiva e eficiente. Como por exemplo, um melhor sistema de troca de informações. Ninguém pode lutar sozinho contra o terrorismo. Temos de nos manter unidos. Isto pode acontecer em qualquer lugar. Foi em Istambul, ontem à noite, mas também já aconteceu em Bruxelas. E amanhã pode ser num local qualquer".
Ebru Barutçu Gokdenizler não esconde, também as consequências negativas destes ataques para a Turquia. A começar pela economia, em particular o turismo.
"Claro que há um impacto direto. É inevitável quando acontecem ataques. As pessoas ficam mais receosas de viajar... não só para a Turquia, como para outros países também. Em Bruxelas, depois do ataque ao aeroporto, as pessoas também ficaram relutantes em viajar para lá. No entanto, não devemos ceder ao terrorismo. Não devemos condicionar a nossa liberdade de viajar, porque existe uma ameaça terrorista. Temos de nos impor face a estes acontecimentos e viver a nossa vida com normalidade. Caso contrário, viveremos sob as constantes ameaças do terrorismo", afirma.