"Emergência muito grave" em Cabo Delgado. Save the Children pede mais atenção de Portugal
A associação alerta que "a emergência é muito grave", no norte de Moçambique. No último mês, uma nova onda de ataques terroristas levou à fuga de mais de 40 mil crianças.
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"A ajuda humanitária é insuficiente. Precisamos de muito mais recursos para a dimensão desta crise, que superou todas as capacidades dos actores humanitários." O alerta é do líder de resposta à emergência da Save the Children, em Moçambique, Carlos Peñalver, que confirma o agravamento dos ataques na província de Cabo Delgado.
"Só no último mês, 40 mil crianças tiveram de deixar as casas e fugir", relata. Muitas destas crianças estão "separadas das suas famílias", numa situação de "emergência muito grave".
No balanço mais recente da UNICEF, avançado no primeiro dia de Março, as crianças representavam mais de 60% dos deslocados face à nova onda de ataques terroristas em Cabo Delgado. Quase 130 escolas foram obrigadas a fechar portas.
Carlos Peñalver considera que "o presente é muito complexo e o futuro (...) muito preto". Por isso, o responsável da Save the Children pede atenção redobrada à comunidade internacional, com um apelo específico a Portugal. "Seria importante que a comunidade internacional - desde Portugal especificamente - pudesse olhar um pouquinho a situação que se está a sofrer em Cabo Delgado - Moçambique".
Entre as principais necessidades, o líder de resposta à emergência da Save the Childen aponta "a comida, o apoio psico-social (...), a educação, abrigo e higiene", porque "está a haver crises de cólera". É uma "complexidade muito grande" de carências, destaca Carlos Peñalver.
Mais de 67 mil pessoas estão deslocadas, devido à mais recente onda de ataques em Cabo Delgado.
Entre elas, mais de 40 mil crianças. Muitas delas chegaram sozinhas aos campos de refugiados.