Emmanuel Macron acusa extrema-direita e esquerda de conduzir França para uma "guerra civil"
O principal alvo de Macron continua a ser o partido de extrema-direita e o facto de Jordan Bardella representar um perigo para a segurança da França
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A segunda semana da campanha para as eleições legislativas francesas está a chegar ao fim e o Presidente francês continua com o mesmo discurso: na corrida eleitoral estão três blocos políticos: o bloco presidencial cercado por "dois extremos". É desta forma que Emmanuel Macron descreve os seus opositores da União Nacional, de extrema-direita, e da nova Frente Popular. O chefe de Estado francês vai mais longe e alerta para o facto de a França estar à beira de uma "guerra civil".
O principal alvo de Emmanuel Macron continua a ser o partido de extrema-direita e o facto de Jordan Bardella representar um perigo para a segurança da França. “Se a resposta passar por estigmatizar uma divisão estamos perdidos. Acho que a resposta da extrema-direita não faz sentido porque restringe as pessoas às suas origens ou religiões. É neste ponto que conseguem criar uma divisão que pode conduzir o país para uma guerra civil”, afirmou o chefe de Estado francês.
Emmanuel Macron não evoca, em momento algum, o nome da nova Frente Popular, o chefe de Estado francês prefere designar a aliança da esquerda como “a França Insubmissa e os seus aliados”, justificando que "este partido não respeita a laicidade, isto é: uma república neutra que respeite várias religiões, defendendo uma espécie de comunitário e esta estratégia também conduz o país a uma guerra civil".
O Presidente francês continua a apresentar-se como líder da única ala moderada e republicana, defendendo que "tanto a União Nacional, como a França Insubmissa se apresentam como a solução a problemas reais, querem acabar com o descontentamento e as revoltas reais dos franceses. No entanto, não acredito que sejam capazes de responder aos problemas tentando agudizá-los e criando uma guerra civil. Acredito que existe uma resposta capaz de ser eficaz, mas dentro do contexto da República”.
Na entrevista dada ao podcast "Génération do it yourself", Emmanuel Macron faz uma espécie de balanço do seu mandato e admite ter cometido erros: “Será que fizemos só coisas acertadas, não!"
E, por fim, tenta não transparecer a ideia de que o jogo está perdido: “Acreditam que os franceses estão loucos e querem [eleger] extremos? Não acredito. Sempre acreditei que as pessoas são inteligentes.”
"As pessoas não sei, mas ele está completamente louco", afirma um deputado em campanha. "Ele cansa-nos todos os dias", acrescenta uma conselheira regional que não entende como é que se pode justificar a dissolução do Parlamento como única solução possível e explicar que esta decisão pode conduzir o país a uma "guerra-civil". "É oficial", concluiu a dirigente do partido de Macron. "O Presidente está a apagar fogos."
