A cimeira europeia extraordinária sobre o orçamento comunitário começará com pelo menos hora e meia de atraso, devido à demora das reuniões bilaterais entre os chefes de Estado e de Governo e os presidentes da Comissão e do Conselho Europeu.
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A cimeira, que decorre em Bruxelas e que poderá prolongar-se pelo fim-de-semana, tinha início previsto para as 20h00 locais (19h00 de Lisboa).
Antes do arranque formal da cimeira, os presidentes do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, recebem cada um dos 27 chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE).
O primeiro-ministro português já foi recebido, em Bruxelas, pelos presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia para discutir a posição de Portugal sobre a proposta de orçamento comunitário para 2014-2020, indicou fonte diplomática.
Pedro Passos Coelho tem também previstos encontros com outros líderes europeus, designadamente, os primeiros-ministros da Polónia, Donald Tusk, da República Checa, Petr Necas, de Itália, Mario Monti, e de Espanha, Mariano Rajoy.
O chefe do Governo português vai ainda reunir-se com o presidente francês, François Hollande, e com a chanceler alemã, Angela Merkel, além de participar numa reunião dos 15 líderes dos países "Amigos da Coesão", que não começará antes das 20h30, indicaram fontes diplomáticas.
A cimeira extraordinária tem como objetivo alcançar um acordo sobre o orçamento comunitário para 2014-2020, mas um compromisso afigura-se difícil, face às muitas diferenças existentes entre os Estados-membros.
Os países economicamente mais poderosos (e contribuintes líquidos para o "envelope financeiro" da UE) reclamam cortes profundos, enquanto os países com economias mais frágeis, os chamados "amigos da coesão", como Portugal, rejeitam descidas tão substanciais.
As ameaças de veto multiplicaram-se nas últimas horas, com diversos Estados-membros "Amigos da Coesão" a considerarem «inaceitável» a proposta elaborada por Van Rompuy, que deverá ser hoje reformulada, depois de consultas com os 27 líderes, e que prevê cortes no envelope financeiro global na ordem dos 80 mil milhões de euros relativamente à proposta inicial da Comissão.