Entrada da Suécia dá à NATO "um dos melhores e mais desenvolvidos produtos de Defesa"
O historiador António José Telo elogia os meios terrestres e aéreos do país e assinala que, apesar de neutra, a Suécia não abdica de estar "armada".
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A entrada da Suécia na NATO teve esta segunda-feira a luz verde que faltava, a da Hungria, depois de 188 deputados do Parlamento do país terem votado favoravelmente a integração de Estocolmo. Vai, assim, ser o 32.º membro da Aliança Atlântica e traz consigo “qualidade e um dos melhores e mais desenvolvidos produtos de Defesa”, em especial o CV90, um veículo de infantaria, e os Saab JAS 39 Gripen, caças de geração 4,5.
A explicação é de António José Telo, historiador da Academia Militar, que elogia na TSF a Suécia como uma “mais-valia bastante importante para a NATO”.
“Tem o que mais ninguém tem: tem a qualidade, tem um dos melhores e mais desenvolvidos produtos de Defesa, quer em termos terrestres, quer em termos aéreos. Em termos navais é também muito significativa, mas para uma ação costeira - não de alto mar, mas de mares fechados com pequena autonomia e com um raio de ação reduzido”, a que se juntam "das melhores corvetas do mundo” "algumas das melhores lanchas lança mísseis que são desenvolvidas no Ocidente”.
Ao rol de reforços junta-se mais “excelente material”, como é o caso do "CV 90, veículo de combate de infantaria produzido pela Suécia que é um dos melhores da Europa, adquirido, aliás, por vários países europeus, e o Gripen, que é um dos melhores caças relativamente baratos de geração 4,5 que a Europa tem”.
Em suma, o que Estocolmo coloca na mesa da NATO é um “ganho bastante importante, sobretudo tendo em conta a tradição sueca” de "postura defensiva” e "neutralidade praticamente permanente”, ainda que com a especificidade de ser "armada” e baseada "na força”.
"Tem apostado numa indústria de Defesa significativa e que neste momento é uma das mais modernas da Europa, talvez equivalente a uma indústria de Defesa francesa”, aponta.
O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, afirmou esta segunda-feira que a Suécia está "pronta para assumir as suas responsabilidades" na NATO, depois de a Hungria ter ratificado a adesão de Estocolmo à Aliança Atlântica, num dia que descreveu como histórico.
O parlamento húngaro ratificou hoje a adesão da Suécia à NATO, o passo final necessário para o país nórdico que deseja aderir à Aliança Atlântica desde a invasão russa da Ucrânia.
A candidatura de Estocolmo foi aprovada por uma esmagadora maioria de deputados, com 188 votos.