O Presidente turco promete eliminar "os vírus" facciosos no Estado, ao dirigir-se a uma multidão de simpatizantes depois da tentativa fracassada de golpe de Estado de sexta-feira.
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"Vamos continuar a eliminar os vírus de todas as instituições do Estado. É um vírus, como um cancro, que se propaga a todo o Estado", afirmou Erdogan numa cerimónia na mesquita de Fatih, em Istambul, em memória das vítimas dos militares rebeldes.
De microfone na mão, o Presidente turco apelou também aos seus partidários para continuarem nas ruas a manifestar o apoio ao regime e insistiu na mensagem de que o golpe foi organizado por um grupo terrorista liderado por Fetulah Gulen e derrubado pela vontade do povo.
Nas palavras de Erdogan, "este não é um acontecimento de 12 horas" e pede por isso apoio do povo e que as pessoas se mantenham nas ruas a manifestá-lo.
Para o chefe de Estado turco é preciso continuar a purgar o sistema, prometendo mão pesada contra quem esteve envolvido nos acontecimentos e para já, sem responder aos apelos internacionais quanto a julgamentos dos detidos.
Vários países europeus pediram à Turquia para que as regras do Estado de direito sejam cumpridas, depois de Erdogan dizer que admite responder à vontade do povo e levar a debate ao parlamento, o regresso da Pena de Morte (abolida em 2004).
De acordo com a BBC, este domingo na província de Denizli no sudoeste da Turquia, a polícia deteve um comandante de brigada e 50 oficiais militares e o ministro da Justiça confirmou a detenção de 6 mil pessoas, mas Bekir Bozdag, antecipa que esse número vai crescer nas próximas horas e dias.
A Turquia foi alvo de uma tentativa de golpe de Estado na sexta-feira à noite.
O último balanço aponta para 161 mortos entre civis e forças leais ao presidente Recep Erdogan, 1.440 feridos e 2.839 militares revoltosos detidos.