Erupção iminente na Islândia. "É a primeira vez em 50 anos que ameaça infraestruturas"
Grindavik é uma cidade com quase 4000 habitantes e já foi evacuada. Nos últimos dez dias, foram registados milhares de pequenos sismos. A TSF falou com uma portuguesa que descreve como se vive por estes dias na Islândia.
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Ana Agostinho vive há cinco anos na Islândia e, nos últimos dias, tem notado algum pânico entre a população do país insular. Pela primeira vez em 50 anos, uma erupção vulcânica coloca em suspenso uma cidade inteira. Grindavik, onde habitam quase 4000 pessoas, já foi evacuada. Nos últimos dez dias foram registados milhares de pequenos sismos e as autoridades islandesas têm sinais "muito claros" da existência de um magma a um quilómetro de profundidade. Os sinais que vêm debaixo da terra deixam a população apreensiva.
"Nota-se o receio nos islandeses. Quando dizem que vai ser uma das opções mais fortes dos últimos 50 anos e mais destrutivas, é no sentido que esta é provavelmente a primeira erupção em 50 anos que está de facto ameaçar infraestruturas", explica Ana Agostinho.
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A portuguesa recorda as erupções de 2021, cujo vulcão ficou ativo "de março a outubro sempre a expelir lava". "Não ameaçou, nem sequer chegava perto de qualquer casa ou infraestrutura e era aquilo que eles estavam a considerar um vulcão turístico. Foi em pleno pandemia e parecia que não havia covid, toda a gente se reunia [junto] ao vulcão. Daí o pânico dos islandeses", refere a emigrante portuguesa. Apesar do momento de receio geral entre a população no país insular, os islandeses confiam na capacidade da Proteção Civil. Ana Agostinho confirma esse sentimento de "segurança" apesar dos sinais de alerta.
É provavelmente a primeira erupção em 50 anos que está de facto ameaçar infraestruturas
"Tenho verificado no site da meteorologia daqui da Islândia. Têm sempre a página dos vulcões e conseguimos ver a frequência e intensidade que os tremores de terra têm acontecido. Têm sido muito frequentes, mas a intensidade tem sido muito mais baixa. Nas primeiras semanas, de novembro, estava muito mais ativo, chegavam aos 5 [de magnitude], esses sentíamos", afirma.
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Entre a cidade de Grindavik e a capital, Reiquiavique, há agora uma equipa de agentes da proteção civil em prontidão para qualquer cenário de erupção que os especialistas acreditam estar iminente. "A preocupação é criar barreiras naturais. Estão a construir barreiras com pedras e terra para proteger a central elétrica e, de certa forma, a cidade para que, quando a erupção se der, seja menos destrutível possível".
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Na segunda-feira, no regresso a casa, Ana Agostinho recorda que recebeu um alerta automático. "Estava a vir para casa do trabalho, já eram 22h00, recebi uma mensagem automática a dizer que a área tinha sido evacuada, por favor abandone a área."
