As erupções vulcânicas da ilha cabo-verdiana do Fogo evoluíram hoje para um «estado crítico», obrigando ao fecho da única estrada alternativa entre o Parque Natural e Portela, disse à TSF Arlindo Lima, diretor da Proteção Civil de Cabo Verde.
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A lava está a avançar a uma velocidade de 20 metros por hora, esperando-se que Portela, a principal localidade de Chã das Caldeiras, possa ficar totalmente isolada até ao fim da noite.
Neste momento não há pessoas em risco, mas há dezenas de casas ameaçadas.
Arlindo lima admite mesmo que nos próximos dias a lava chegue a outra localidade. As previsões do Instituto de Meteorologia indicam que a situação pode manter-se por dois ou três meses, por isso o responsável diz que a proteção civil está preparada para o pior cenário.
Em Portela, a maior localidade do planalto conhecido por Chã das Caldeiras e que serve de base aos vários cones vulcânicos do Fogo, permanece apenas um contingente militar e policial que, caso a estrada de pedra fique bloqueada pela lava, terá de seguir a pé para norte subindo o Monte Branco e descendo para Mosteiros.
A Proteção Civil cabo-verdiana ordenou também aos jornalistas cabo-verdianos e estrangeiros que abandonem imediatamente a zona de Portela e todo o trajeto ao longo de 11 quilómetros até à entrada do parque.
A intensificação das erupções vulcânicas começou hoje de madrugada e destruiu já cerca de duas dezenas de casas, bem como uma vasta área de terrenos agrícolas, mas não provocou até agora quaisquer vítimas.
Foram também destruídos a sede administrativa e o museu do Parque Natural do Fogo, obra concluída há cerca de um ano e que custou cerca de um milhão de euros.