O poeta de origem palestiniana foi acusado de apostasia e condenado à morte por decapitação.
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Ashraf Fayadh foi preso em 2013 depois de um homem com quem teve uma discussão ter chamado a polícia religiosa, acusando-o de ter insultado o Islão num livro publicado há 10 anos.
O poeta saudita de 35 anos foi inicialmente condenado a 4 anos de prisão e 800 chicotadas porque foram encontradas no telemóvel fotografias dele com mulheres, mas depois a sentença foi alterada. A 17 de novembro, o Tribunal da Relação decidiu acusá-lo de apostasia, insultos ao Islão e por propagação do ateísmo e decretou a sentença de morte. Ashraf Fayadh tem agora até 17 de dezembro para recorrer.
De todo o mundo surgem vozes que pedem a anulação da sentença. Aos apelos das organizações de Direitos Humanos para a libertação imediata de Ashraf Fayadh juntam-se agora cerca 200 escritores e poetas de todo o mundo.
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Numa carta dirigida aos governantes sauditas, que pode ser lida na página da associação cultural e literária Pen International, nomes como Adonis, Steven Fowler, Sarah Maguire, Amir Or e Mohammad Yousef dizem-se chocados com o que está a acontecer e lembram que ter uma ideia não é um crime, expressar uma opinião de forma pacifica também não e acreditar ou não depende de cada um.
Também a delegação portuguesa da Amnistia Internacional tem uma petição na página da Internet que pode ser assinada online para a pedir a anulação da sentença.
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Com Fayadh estão mais cerca de 50 de pessoas, entre elas Al NImr, condenado à decapitação e crucificação porque aos 17 anos participou numa manifestação com o tio dele, o xeique xiita Nimr Al Nimr, um crítico do governo.
De acordo com a Amnistia Internacional, este ano já foram executadas na Arábia Saudita mais de 152 pessoas. No ano passado, foram 90 as execuções e no ano anterior 79.