A Croácia não pertence ao espaço Schengen de livre circulação, e Ljubljana pretende instalar novas vedações para travar a chegada de migrantes provenientes dos Balcãs.
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A Eslovénia vai aumentar em 40 quilómetros (km) a cerca de arame farpado na fronteira sul, com a Croácia, onde o número de passagens de migrantes provenientes dos Balcãs tem aumentado, anunciou esta segunda-feira o Governo.
Apesar de ambos os países serem membros da União Europeia (UE), a Croácia não pertence ao espaço Schengen de livre circulação, e Ljubljana pretende instalar novas vedações em "áreas onde há uma necessidade urgente de impedir a passagem ilegal das fronteiras e proteger os cidadãos e propriedades", segundo o comunicado enviado pelo Ministério do Interior daquele país à agência France-Presse.
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O Governo esloveno assinou um contrato na semana passada para construir 40 km de cercas de arame farpado e 3,8 km de uma cerca de painel fixo, mas não está para já definido o momento e o local de instalação.
Desde 2015, o país construiu 116 km de cerca e 63km de painéis fixos ao longo da sua fronteira de 670 km com a Croácia.
No auge da crise migratória, mais de 500 mil solicitantes de asilo atravessaram a Eslovénia para chegar à Europa ocidental.
A Eslovénia relata que, nos últimos meses, houve um aumento significativo no número de entradas provenientes da Croácia, com 5.345 pessoas nos primeiros seis meses de 2019, mais 47% do que no mesmo período do ano passado.
Embora o fluxo migratório para a Europa tenha diminuído desde 2015, nomeadamente graças ao efeito de um pacto entre a UE e a Turquia e o reforço de controlo das fronteiras, o tema da migração e integração continua a ser sensível na opinião pública europeia.
A Eslovénia e a Itália também fortaleceram o controlo de fronteiras comuns ao lançar patrulhas de ambos países no início de julho.
O executivo esloveno rejeitou, no entanto, a ideia de uma cerca na fronteira com a Itália, recentemente promovida por alguns políticos italianos.