O anúncio foi feito, esta quarta-feira, no Congresso dos Deputados, por Pedro Sánchez
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Espanha vai apresentar uma proposta de resolução na ONU para “acabar com a matança de civis” em Gaza. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, esta quarta-feira no Congresso dos Deputados.
“O Governo decidiu apresentar um projeto de resolução na Assembleia das Nações Unidas para que a comunidade internacional se pronuncie sobre o que está a acontecer em Gaza”, disse Pedro Sánchez no Parlamento espanhol. “A comunidade internacional não pode permanecer impassível.”
O objetivo da resolução é “propor medidas urgentes para acabar com a matança de civis inocentes” e “assegurar que a ajuda humanitária chega” ao território.
Horas antes, os ministros dos Negócios Estrangeiros de Espanha, Irlanda, Islândia, Luxemburgo, Noruega e Eslovénia emitiram uma declaração conjunta na qual mostraram “a preocupação pelo plano de Israel de ampliar as suas operações militares em Gaza” e estabelecer uma presença prolongada no território, o que significaria “cruzar mais uma linha” e “poria em causa qualquer perspetiva de uma solução viável de dois Estados”.
“Uma nova escalada militar em Gaza só vai agravar a situação que já é catastrófica para a população civil palestiniana e pôr em perigo a vida dos reféns que permanecem retidos”, lê-se na declaração.
O anúncio de Pedro Sánchez vem ainda no seguimento da polémica de há duas semanas, quando o Governo espanhol rescindiu unilateralmente um contrato de compra de balas no valor de seis milhões de euros com Israel. Uma ação condenada pelo Governo israelita que acusou Espanha de “estar no lado errado da história”.
“O Governo de Espanha comprometeu-se a não comprar nem vender armamento, nem munições a Israel. E cumprimos esse compromisso”, disse Pedro Sánchez.
A proposta de resolução na ONU é mais um passo no posicionamento espanhol perante o conflito. Desde o início da guerra que Espanha é o país europeu que mais tem defendido publicamente a solução dos dois Estados. Depois de ter reconhecido o Estado da Palestina em maio de 2024, Madrid foi a sede de uma reunião entre líderes europeus e do Oriente Médio, em setembro passado, para impulsionar o fim do conflito.
Israel proíbe, desde o dia 2 de março, a entrada da ajuda humanitária em território palestiniano e anunciou na segunda-feira o lançamento de uma nova campanha militar que inclui a “conquista” de Gaza e manter o controlo militar do território.
