Com nove mortes este verão relacionadas com touradas, o número mais alto dos últimos cinco anos, em Espanha debate-se a seguranças destas celebrações, a forma como os animais são tratados e há já partidos da esquerda que defendem o fim das touradas.
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Nos últimos 15 anos registaram-se 70 mortes em touradas ou acontecimentos taurinos e só este verão já se contabilizam nove.
As últimas mortes ocorreram na semana passada: um vendedor, que estava a trabalhar na corrida de Blanca, em Múrcia, foi atingido por uma cornada numa artéria e não resistiu aos ferimentos. Também este fim de semana um homem de 32 anos que estava a filmar uma largada de touros com o telemóvel, perto de Toledo, perdeu a vida após ter sido colhido.
O autarca de Murcia, Pedro Luis Molina, do PSOE, anunciou que já está a estudar novas medidas para reduzir o número de pessoas que assistem a estes espetáculos e assim minimizar os riscos.
A presidente do Partido de defesa dos animais - PACMA - reclama o fim das touradas. Em declarações ao El País, Silvia Barquero, afirma que passa o ano inteiro a denunciar estas festas, porque diz "são violentas e põem em perigo pessoas e animais".
Em junho o PACMA conseguiu que o grupo de intervenção de armas e explosivos da Guardia Civil encerra-se uma das festas mais populares de Espanha: Sanjuanes de Coria, em Cáceres. O responsável por este departamento da Guardia Civil encontrou animais que estavam a ser sacrificados em público com recurso a uma espingarda. O que pode, afirmou, "constituir uma infração grave da Lei Segurança Pública".
Em Pamplona a segurança tornou-se, nas últimas décadas uma das maiores preocupações do governo, com fortes punições para quem viola as regras, mas ainda assim este ano registaram-se vários feridos.
Nos últimos meses aumentaram as iniciativas contra o fim das touradas em Espanha. Em Valência vários grupos partidários entregaram propostas no Parlamento para o fim do que classificam como atividades de alto risco. O governo já proibiu as touradas em algumas localidades e noutras vai consultar a população.
Do outro lado da barricada estão os aficionados que argumentam que estes incidentes são mínimo quando comparados com elevado número de espetadores. Uma opinião bem diferente da do partido de defesa dos animais PACMA que afirma não ter dúvidas de que estas festas "prejudicam a imagem de Espanha no exterior", diz que são "acontecimentos grotescos".