Ángeles Maestro, responsável da Coordenadora Republicana de Madrid, que convocou a manifestação na capital, na Porta do Sol, explica que o protesto foi proibido mas esperam agora pela decisão dos tribunais.
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Juan Carlos assina esta quarta-feira à tarde a abdicação do trono de Espanha. Chega ao fim o reinado de 40 anos, um dos mais longos da história do pais e o primeiro em democracia.
Filipe, o filho, é solenemente proclamado monarca nas Cortes de Espanha na quinta-feira. O momento vai ser marcado por uma manifestação contra a monarquia.
Os protestos foram proibidos mas os organizadores recorreram. Angeles Maestro, responsável da Coordenadora Republicana de Madrid, espera uma resposta da justiça esta quarta feira, garantindo que mesmo que a decisão não lhes seja favorável, o protesto não deixará de acontecer.
«Acreditamos que vamos manter a manifestação porque não é aceitável que o governo ou a câmara convoquem as pessoas a sair às ruas com a bandeira espanhola para aplaudir o novo rei e não permitam, alegando razões de segurança, um protesto para expressar posições políticas diferentes. É uma violação inaceitável dos direitos democráticos das pessoas», explica.
Ángeles Maestro lembra as razões dos que defendem que esta é a altura de pôr fim a um regime doente e sem legitimidade: «A monarquia espanhola foi instaurada pelo ditador Franco. Não tem legitimidade democrática, é uma instituição que não foi eleita pelo povo e que, ainda por cima, tal como os partidos e governos, está imersa numa crise moral devido a uma corrupção generalizada que também afecta a monarquia», disse.