Os socialistas do PSOE são os favoritos nas eleições gerais que se realizam este domingo em Espanha, mas longe de conseguirem a maioria absoluta, numa consulta em que se espera a irrupção do partido de extrema-direita Vox.
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* Notícia atualizada às 18h00 com dados da participação nas urnas
Às 18h00 locais (17h00 em Lisboa), já tinham votado mais de 60 por cento dos eleitores espanhóis, com a Catalunha a destacar-se como a região com maior afluência.
De acordo com o balanço feito pelo governo espanhol, até às 18h00 tinham votado 60,75 por cento dos eleitores inscritos, 9.5 pontos percentuais acima dos números registados nas eleições de 2016.
A Catalunha é a região que mais se destaca nesta mobilização eleitoral, com a afluência às urnas a subir 17,77 pontos percentuais para 64,20 por cento. De acordo com o jornal espanhol El Pais, a afluência na região aumentou sobretudo nas zonas mais independentistas.
O ato eleitoral tem decorrido com tranquilidade. As urnas abriram às 09h00 locais (08h00 em Lisboa) e, até às 20h00 locais (19h00 em Lisboa), 36,9 milhões de eleitores espanhóis deverão escolher os 350 deputados e 208 senadores das Cortes Gerais, havendo ainda eleições para o parlamento regional na Comunidade Valenciana.
Estas são eleições de resultado incerto. Numa Espanha dividida, e com 40% de indecisos, a única coisa que parece certa é que o vencedor deverá ser obrigado a fazer coligações.
As sondagens dão conta de um sistema político muito fragmentado com cinco partidos a terem mais de 10% das intenções de voto, o que dificultará as negociações para encontrar uma solução governativa estável.
O PSOE lidera as sondagens com cerca de 30%, seguido do PP (Partido Popular, direita) com quase 20% e um grupo de três partidos entre 10 e 15%: Cidadãos (direita liberal), Unidas Podemos (extrema-esquerda) e Vox (extrema-direita).
A fragmentação partidária e a percentagem elevada de indecisos detetada pelos estudos de opinião, cerca de 40%, dificultam muito qualquer análise sobre as várias possibilidades pós-eleitorais.
O atual chefe do Governo espanhol, Pedro Sanchez, foi o primeiro a votar. Candidato pelo PSOE, Sanchez pediu uma maioria parlamentar ampla que permita estabilidade governativa.
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Também Pablo Iglesias já votou. O líder do Unidas Podemos pediu a participação dos espanhóis nestas eleições e lembrou a importância da educação para consolidar a democracia.
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Por seu turno, Albert Rivera do Ciudadanos, pediu o voto para uma mudança de governo.
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Já o líder do partido Vox, Santiago Abascal, afirmou que "milhões de espanhóis vão votar com esperança, sem medo de nada nem de ninguém" numas eleições gerais que devem ter um "caráter histórico para a Espanha". Depois de votar na escola pública Pinar del Rey Madrid, Abascal disse aos jornalistas que o importante é que todas as forças políticas respeitem o resultado eleitoral.
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Para garantir o envio e o tratamento seguros dos resultados eleitorais, evitando ciberataques, o Governo lançou um novo sistema de segurança.
Mais de 92.000 agentes de diferentes forças de segurança foram destacados para assegurar a segurança no ato eleitoral, tendo o Ministério do Interior reforçado também as medidas de combate ao terrorismo com o nível 4 de alerta.
Nas últimas eleições gerais, realizadas em junho de 2016, o PP obteve 33,0% dos votos (137 deputados), o PSOE 22,7% (85), o Unidos Podemos 21,1% (71), o Cidadãos 13,1% (32), havendo ainda uma série de pequenos partidos regionais com menor representação (25).
Segundo dados do Ministério do Interior (Administração Interna) espanhol, haverá mais de 92.000 agentes de diversos corpos de polícia a vigiar o ato eleitoral, assim como o reforço das medidas antiterroristas e um plano especial para impedir os ciberataques.