Roma prepara-se para se despedir de Bento XVI, que morreu no sábado aos 95 anos.
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A cidade de Roma espera receber cerca de 35 mil pessoas durante o velório do Papa Bento XVI e cerca de 60 mil no funeral, que se realiza na quinta-feira, segundo estimativas do autarca da cidade.
A cidade italiana prepara-se para se despedir de Bento XVI, que morreu no sábado aos 95 anos de idade, sendo esperadas milhares de pessoas nos próximos dias, anunciou este domingo o autarca Bruno Frattasi, do Comité Provincial para a Ordem e Segurança que foi convocado com urgência.
Assim, deverão assistir ao velório cerca de 35 mil pessoas e cerca de 60 mil deverão estar presentes quando o Papa Francisco presidir ao funeral do seu antecessor.
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O corpo de Bento XVI está atualmente no mosteiro Mater Ecclesiae do Vaticano, não estando previstas visitas oficiais ou orações públicas até a capela funerária abrir na manhã de segunda-feira, na Basílica de São Pedro.
De acordo com Frattasi, no dia do funeral são esperadas entre 50 mil e 60 mil pessoas: "Vai depender de várias variáveis, incluindo o clima, mas parece que vai ser bom", disse.
Por razões de segurança, o espaço aéreo sobre a Praça de São Pedro estará interdito no dia do funeral. Além disso, haverá um reforço de agentes que patrulham as ruas e de equipas médicas, assim como 118 postos de ambulância.
A cidade de Roma terá também um aumento dos meios de transporte para assegurar uma organização eficiente em termos de deslocação na cidade.
"O transporte público será reforçado e haverá duas áreas de intercâmbio, uma no metro de Anagnina e outra no metro de Laurentina, para que as pessoas que venham com os seus próprios meios de transporte possam estacionar longe da Praça de São Pedro", disse o funcionário.
Está ainda prevista a gestão e regulamentação da chegada maciça dos fiéis à Praça de São Pedro para prestar homenagem e dizer o seu último adeus a Bento XVI, com o objetivo principal de evitar possíveis debandadas humanas.
Joseph Ratzinger, que foi papa entre 2005 e 2013, nasceu em 1927 em Marktl am Inn, na diocese alemã de Passau, tornando-se no primeiro alemão a chefiar a Igreja Católica em muitos séculos e um representante da linha mais dogmática da Igreja.
O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, considerou este domingo de manhã que, como cardeal e papa, Bento XVI foi moderno.
"Bento XVI marcou muito, e já tinha marcado como Cardeal Ratzinger, porque sendo um homem de pensamento era um homem muito moderno e isso foi apreciado por muita gente, dentro e fora da igreja. É muito interessante a apreciação de que ele gozou sempre no mundo intelectual e académico porque a sua formação dava para isso. Reservou sempre muito tempo para aprofundar as questões e conseguiu uma linguagem muito clara, quer quando falava em termos doutrinais como as várias intervenções que fez, as revistas com que colaborou. Já antes de ser papa tinha essa atividade que era muito apreciada", recordou D. Manuel Clemente.
O papa emérito Bento XVI abalou a Igreja ao resignar do pontificado por motivos de saúde, em 11 de fevereiro de 2013, dois meses antes de comemorar oito anos no cargo.
Os abusos sexuais a menores por padres e o "Vatileaks", caso em que se revelaram documentos confidenciais do papa, foram temas que agitaram o seu pontificado.
Bento XVI classificou os abusos como um "crime hediondo" e pediu desculpa às vítimas.