"Espero que ela aceite." Trump propõe três debates televisivos com Kamala Harris em setembro
"Acordámos com a [estação de televisão] Fox para 4 de setembro, com a NBC para 10 de setembro e com a ABC para 25 de setembro", declarou o candidato republicano às eleições presidenciais nos Estados Unidos
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O candidato republicano às eleições presidenciais nos Estados Unidos, Donald Trump, propôs esta quinta-feira a realização em setembro de três debates televisivos com a adversária democrata, Kamala Harris, após o abandono da corrida pelo Presidente em exercício, Joe Biden.
"Acordámos com a [estação de televisão] Fox para 4 de setembro, com a NBC (...) para 10 de setembro e com a ABC para 25 de setembro", declarou Trump, numa conferência de imprensa em Mar-a-Lago, a sua propriedade no Estado da Florida.
"Espero que ela aceite", acrescentou o ex-presidente norte-americano (2017-2021), naquela que foi a sua primeira aparição pública desde que a atual vice-presidente do país, Kamala Harris, se tornou a candidata presidencial do Partido Democrata e escolheu o governador do Minnesota, Tim Walz, como seu candidato a vice-presidente.
Até agora, o único debate televisivo previsto seria na estação ABC, no dia 10 de setembro, ainda com Joe Biden.
Após as declarações de Trump, a ABC confirmou que ambas as candidaturas aceitaram realizar o debate de 10 de setembro.
Na conferência de imprensa, Trump afirmou também aguardar "com expectativa" a realização dos três debates e estar confiante na sua capacidade para enfrentar a adversária democrata, à qual as sondagens atribuem a dianteira nas intenções de voto, acusando-a de se esconder da comunicação social e de não dar entrevistas.
Após sair vitorioso do primeiro e único debate televisivo contra Biden, Trump está agora a tentar recuperar a liderança na corrida presidencial, atacando Harris e Walz, que voltou a classificar como "radicais" e disse considerar "impreparados", num contexto económico que comparou aos momentos que antecederam o crash da Bolsa de 1929 e com um mundo "muito próximo de uma guerra mundial".
Negou, contudo, ter "recalibrado a estratégia política" da sua campanha, após a nomeação de Kamala Harris como candidata do Partido Democrata, em vez de Joe Biden, sublinhando que as suas mensagens continuam a ser as mesmas, como tentou demonstrar esta quinta-feira, criticando, por exemplo, a entrada de imigrantes no país e culpando diretamente a "número dois" do atual Governo.
Além disso, e embora tenha dito não ser "um admirador" de Biden, criticou que a vice-presidente tenha tomado o lugar deste como candidata presidencial sem receber "um único voto" nas primárias, apesar de ter também sugerido preferir que a sua adversária nas urnas seja Harris.
Sobre o seu próprio companheiro de candidatura, o senador J.D. Vance, Trump frisou que ele "está a fazer um trabalho fantástico", apesar das polémicas em que se tem visto envolvido, e espera que tenha a hipótese de o demonstrar num debate televisivo contra Walz.
Depois de ter incitado, após a derrota na reeleição presidencial, em 2020, os seus apoiantes a invadir o Capitólio (sede do Congresso dos Estados Unidos) - o que aconteceu a 6 de janeiro de 2021 - e de ter publicamente contestado o resultado do escrutínio que elegeu Joe Biden, declarando que tinha sido fraudulento, Trump prometeu esta quinta-feira uma "transferência pacífica" de poder, se as eleições forem "justas".
Os seus adversários Democratas temem que ele não reconheça, como em 2020, o resultado das presidenciais agendadas para 5 de novembro, em caso de derrota. "É claro que haverá uma transferência pacífica de poder, como aconteceu da última vez (...) Só espero que as eleições sejam justas", afirmou o ex-presidente, sem mencionar o assalto ao Capitólio de 2021.
