Estado de "alerta" em torno da saúde de Luaty Beirão. É esse o diagnostico transmitido pelo médico ao activista luso-angolano em greve de fome há mais de 30 dias.
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As preocupações foram partilhadas numa página de Facebook ligada a Luaty Beirão. Já em declarações à TSF, Mónica Almeida, mulher de Luaty Beirão, falando sobre como o luso-angolano passou o dia, disse que "o Luaty passou o dia num quadro estável, sendo que o médico deu-nos um alerta, dizendo que estamos entrar numa fase perigosa. Pode estar numa estabilidade aparente, mas que a qualquer altura podemos entrar num ponto em que não há retorno".
O ativista recebeu hoje a visita do embaixador de Portugal em Angola, João da Câmara, e, segundo uma nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Luaty Beirão estava "lúcido e a discorrer com clareza" durante a conversa.
"O embaixador de Portugal em Luanda pôde testemunhar que Luaty Beirão estava lúcido e a discorre com clareza, e tanto, quanto é possível aferir numa visita, a ser bem acompanhado em termos médicos", referia a nota.
Luaty Beirão integra a lista de um grupo de 15 jovens detidos desde o passado dia 20 de junho, acusados formalmente, desde setembro, de prepararem uma rebelião e um atentado contra o Presidente, mas sem que haja uma decisão do tribunal de Luanda sobre a prorrogação da prisão preventiva em que se encontram.
Para denunciar a ilegalidade, Luaty Beirão iniciou a greve de fome, que decidiu continuar mesmo depois de marcado o julgamento para os dias entre 16 e 23 de novembro.
O ativista luso-angolano é um dos rostos mais visíveis da contestação ao regime angolano e já chegou a ser preso pela polícia em manifestações de protesto.
É filho de João Beirão, já falecido, que foi fundador e primeiro presidente da Fundação Eduardo dos Santos (FESA), entre outras funções públicas, sendo descrito por várias fontes como tendo sido sempre muito próximo do Chefe de Estado.