O norte-americano, Peter Kassig, é a mais recente vítima do grupo radical. O anúncio da sua morte foi feita esta manhã pelo Estado Islâmico através de um vídeo. A família aguarda autenticidade da informação. Washington lamenta o assassínio brutal de um inocente.
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Os pais do refém norte-americano, Peter Kassig, aguardam a confirmação da morte do seu filho, depois de o Estado Islâmico ter anunciado esta manhã a sua decapitação.
«Estamos a par das informações que circulam sobre o nosso filho querido. Aguardamos a confirmação oficial sobre a autenticidade dessas informações», afirmaram Ed e Paula Kassig, num comunicado.
Do lado da admnistração norte-americana, o Conselho Nacional de Segurança está a atestar a veracidade do vídeo. «os serviços de informação estão a trabalhar tão rápido quanto possível para determinar a autenticidade do vídeo» assegura o CNS, referindo-se ao vídeo publicado no site dos jihadistas.
«Se se confirmar, estamos perante um assassínio brutal de um trabalhador humanitário inocente. Expressamos as nossas condolências à sua família e aos seus amigos», referiu a porta-voz Bernadette Meehan.
Na Europa, David Cameron afirma estar «horrorizado» com a «morte a sangue frio» de Peter Kassig. O primeiro-ministro britânico foi dos primeiros líderes mundiais a reagir à última decapitação de um estrangeiro por parte do Estado Islâmico.
Na sua conta no Twitter, Cameron escreveu, ainda, que a morte de Kassig é um espetáculo perverso».
Em Paris, Manuel Valls também já reagiu à notícia conhecida esta manhã. O primeiro-ministro francês diz que o país condena aquilo que classifica como «mais um ato bárbaro».
Em comunicado, Valls afirma que "este ato reforça a determinação da França de agir contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria».
A decapitação foi filmada e mostrada esta manhã para mostrar ao mundo a mais recente vítima do Estado Islâmico. Peter Kassig trabalhava numa organização humanitária na Síria e foi raptado pelo grupo radical em outubro de 2013.
A veracidade do vídeo ainda não foi confirmada. «Este é Peter Edward Kassig, um cidadão americano do vosso país (...) », afirma o homem mascarado com sotaque britânico, associando esta execução ao envio de conselheiros norte-americanos para ajudar as tropas iraquianas na sua guerra contra o EI.
Ainda não foi possível confirmar se se trata de "Jihad John", o alegado assassino dos jornalistas norte-americanos James Foley e Steven Sotloff.
Peter Kassig, de 26 anos e ex-soldado no Iraque, tinha-se convertido ao islamismo e fundou uma organização humanitária em 2012 - "Resposta e Assistência Especial de Emergência" - depois de deixar o Exército dos EUA.
Peter Kassig já aparecera num vídeo de 03 de outubro que mostrava a decapitação do refém britânico Alan Henning, em que os jihadistas ameaçavam matá-lo também, em retaliação aos ataques aéreos dos EUA na Síria e no Iraque.
Peter Kassig é o terceiro refém americano cuja decapitação foi reivindicada pelo EI, depois de James Foley e Steven Sotloff.
Dois outros britânicos, Alan Henning, voluntário humanitário, e David Haines, trabalhador humanitário, sofreram o mesmo destino. Todos eles foram sequestrados na Síria, país em guerra há mais de três anos.
O grupo anunciou, ainda, ter decapitado mais 15 homens que foram apresentados como soldados sírios.