A Cruz Vermelha está nas zonas afetadas pelo ciclone Idai, em Moçambique, a apoiar os cidadãos que procuram os familiares desaparecidos. E lançou um website para ajudar.
Corpo do artigo
Diana Araújo, delegada do serviço de Restabelecimento dos Laços Familiares do Comité Internacional da Cruz Vermelha, revela que, até ao momento, a organização recebeu perto de 300 registos e que o número tende a aumentar.
"Temos mais de 280 pessoas registadas, que estão à procura dos seus familiares. São pessoas que estão fora das zonas afetadas e que ainda não conseguiram comunicar com os familiares que estão nas províncias da Beira, de Sofala e Manica", explicou Diana Araújo, em declarações à TSF.
A delegada da Cruz Vermelha acredita que "os números irão, certamente, aumentar", a partir do momento em que seja recolhida informação manualmente, no terreno, para depois ser "introduzida no website [da Cruz Vermelha], na lista de pessoas que estão vivas e de pessoas que estão desaparecidas".
TSF\audio\2019\03\noticias\25\diana_araujo_1_280_pessoas
Diana admite que "a escala da devastação é muito grande" e que "o cenário é pior" do que era esperado pela Cruz Vermelha.
Para já, as crianças são a maior preocupação da organização. A Cruz Vermelha está a fazer o levantamento e registo dos menores não acompanhados. "É uma absoluta prioridade", sublinha Diana Araújo.
Para esta representante da Cruz Vermelha, o restabelecimento de laços familiares é uma necessidade humanitária vital numa catástrofe. "Em qualquer situação humanitária, seja em situação de catástrofe seja em situação de conflito armado, é uma necessidade absolutamente premente. Não saber onde estão os nossos familiares é, muitas vezes, a principal preocupação neste tipo de circunstâncias", refere.
TSF\audio\2019\03\noticias\25\diana_araujo_4_site
Quem quiser para procurar os seus familiares em Moçambique, pode aceder ao website da Cruz Vermelha, onde foi criada uma página em português dedicada inteiramente ao ciclone Idai.
"Pessoas que procuram os seus familiares podem registar-se e introduzir os dados dos familiares com os quais ainda não tiveram contacto", esclarece Diana Araújo. "Por outro lado, as pessoas que estão nas zonas afetadas e que estejam bem também podem registar-se como estando vivas", acrescenta.
A Cruz Vermelha está também a disponibilizar chamadas telefónicas gratuitas para quem quiser contactar familiares.