Estirpe britânica "vai dominar todo o mundo". Mutação levará uma década a ser investigada
Cientistas acreditam que a variante detetada em Inglaterra pode tornar-se dominante a nível mundial e preveem que a investigação da mutação do coronavírus demore pelo menos 10 anos.
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A variante britânica do coronavírus poderá tornar-se na estirpe dominante a nível mundial. Os cientistas acreditam que o vírus vai continuar a sofrer mutações e a ter de ser investigado nos próximos dez anos.
A previsão é feita pela responsável pelo programa de vigilância genética do Reino Unido, Sharon Peacock. Em declarações à BBC News, afirma que a variante "dominou o Reino Unido e, provavelmente, vai dominar todo o mundo", sublinhando a crença de que a sequenciação genética das novas mutações do vírus pode levar até 10 anos.
"Assim que conseguirmos controlar o vírus ou que este se modifique de modo a não causar doença, então poderemos deixar de nos preocupar. Mas acho que vamos ter de continuar a trabalhar nisso durante anos. Creio que ainda estaremos a fazê-lo dentro de dez anos", declarou Sharon Peacock.
A responsável do programa de vigilância genética britânico nota que, embora seja normal o surgimento de novas variantes do vírus, apenas um número muito reduzido apresenta "características especiais" - como é o caso desta estirpe inglesa, que torna o vírus mais transmissível, diminui a capacidade de desenvolver imunidade e agrava os sintomas da doença.
"Acontece muito raramente, mas é a esses fatores que temos de estar atentos quando analisamos o vírus", alerta.
A estirpe britânica (conhecida também como "variante de Kent") foi inicialmente descoberta no sudeste de Inglaterra, em setembro de 2020, mas, em poucos meses, espalhou-se rapidamente.
A variante já foi detetada em mais de 50 países, incluindo Portugal, onde representa a maioria dos casos recentemente registados.
As atuais vacinas disponíveis no mercado foram desenvolvidas para combater versões anteriores do vírus, antes de terem aparecido as novas estirpes, como a britânica e a sul-africana. Os cientistas acreditam, no entanto, que as vacinas continuam a funcionar face às novas variantes, embora não com a eficácia total.
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