A defesa foi o principal tema discutido entre Zelensky e David Cameron.
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O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Cameron, reuniu-se, esta quinta-feira, com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Na primeira visita de Cameron à Ucrânia, a defesa foi o principal tema em cima da mesa.
"Armas para a linha da frente, reforço da defesa aérea, proteção do nosso povo e das infraestruturas críticas. Estou grato ao Reino Unido pelo apoio", afirmou Zelensky, numa declaração publicada nas redes sociais.
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"Continuaremos a dar-vos o apoio moral, o apoio diplomático, o apoio económico, mas sobretudo o apoio militar de que necessitam, não apenas este ano e no próximo, mas durante o tempo que for necessário", garantiu Cameron durante o encontro com Zelensky.
Zelensky agradeceu a Cameron por ter viajado até à Ucrânia enquanto as atenções do mundo estão viradas para o conflito no Médio Oriente.
O Presidente da Ucrânia alertou na terça-feira que o Exército ucraniano está a enfrentar um "aumento do número de ataques" russos no leste do país, em particular em torno da cidade disputada de Avdiïvka.
As tropas de Moscovo tentam desde há um mês cercar esta cidade industrial que se tornou um dos pontos críticos do conflito, um esforço russo que se segue a meses de ofensivas ucranianas que não permitiram a Kiev libertar os territórios ocupados.
A linha da frente oriental está no mesmo sítio praticamente há um ano, apesar de Zelensky, de um lado, e o Kremlin (Presidência russa), do outro, garantirem que a guerra não se encontra num impasse.
O Institute for the Study of War (ISW), um centro de análise com sede nos Estados Unidos, indicou na segunda-feira no seu mais recente relatório que "as forças russas prosseguiram as suas operações ofensivas perto de Avdiïvka a 13 de novembro e obtiveram avanços confirmados".
A Ucrânia reconheceu recentemente o fracasso da sua contraofensiva lançada em junho passado, que deparou com sólidas defesas russas, mas precisa urgentemente de ganhar terreno, para evitar o efeito de cansaço dos seus aliados ocidentais perante um conflito que se arrasta há quase dois anos.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro de 2022 uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e fez nos últimos 20 meses um elevado número de vítimas não só militares como também civis, impossíveis de contabilizar enquanto o conflito decorrer.