Estratégia de Obama contra Estado Islâmico contempla possível intervenção aérea na Síria
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, poderá autorizar ataques aéreos na Síria contra o movimento radical Estado Islâmico (EI), como parte da estratégia de combate aos 'Jihadistas' que irá apresentar na noite de hoje em Washington.
Corpo do artigo
Obama, que vai discursar na Casa Branca a partir das 21:00 (02:00 de quinta-feira em Lisboa), reuniu durante a tarde de hoje o seu Conselho de Segurança Nacional, na presença dos mais altos responsáveis militares e dos serviços de informações.
Antes, manteve uma conversa telefónica com o rei Abdallah da Arábia Saudita, como parte da mobilização de aliados contra os 'jihadistas' (combatentes que se assumem como participantes numa 'guerra santa') sunitas, que proclamaram um "califado" nos vastos territórios que controlam na Síria e no Iraque e reivindicaram a decapitação de dois jornalistas norte-americanos.
«Esta noite, o Presidente vai explicar a aplicação da estratégica global dos Estados Unidos para enfraquecer e, no final, destruir o EI», indicou à agência noticiosa AFP sob anonimato um responsável norte-americano, que para além da intervenção dos EUA, já em curso, se referiu ao apoio às forças que combatem o EI no terreno, «em simultâneo a oposição na Síria e o novo governo iraquiano».
Segundo o diário New York Times, Obama prepara-se para autorizar ataques aéreos norte-americanos na Síria contra os combatentes do EI, à semelhança do que já sucede no norte do Iraque desde o início de agosto.
Em Bagdad, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, que efetua um périplo na região para tentar garantir uma coligação internacional contra os 'jihadistas', afirmou que o exército iraquiano, que nos últimos meses não conseguiu suster o avanço do EI, será «reconstituído e treinado» com a ajuda de Washington e de outros países.
«A nossa coligação internacional vai conseguir eliminar a ameaça no Iraque, na região e no mundo», assegurou Kerry.
Os Estados Unidos já receberam o apoio de diversos países, incluindo a França, quando o Presidente François Hollande se prepara para visitar Bagdad na sexta-feira antes de organizar, na segunda-feira, uma conferência em Paris sobre o Iraque.
Esta tarde, o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, afirmou que França participará «se necessário numa ação militar aérea» no Iraque.
Após a visita a Bagdad - onde elogiou o novo executivo de Haidar al-Abadi pelo seu esforço em empreender as «reformas necessárias» -, Kerry segue esta noite para Amã e na quinta-feira dirige-se a Jeddah, oeste da Arábia Saudita, onde se vai reunir com os chefes da diplomacia de seis monarquias do Golfo e com representantes do Iraque, Jordânia, Egito e Turquia.
Os norte-americanos pretendem assegurar o apoio das monarquias do Golfo que, após terem sido acusadas de financiar grupos radicais, optaram recentemente por denunciar o EI, também considerado uma ameaça para os seus regimes.